Para a tecnológica Indra, a transversalidade deve ser uma característica dos projectos smart. Nessa lógica, Miguel Brito Campos, responsável pela área smart cities da Indra em Portugal, considera que o país precisa de um projecto smart “disruptivo” e aponta a conferência internacional ZOOM Smart Cities como o “evento em Portugal que mais influência pode ter” para que isso aconteça.

 

A Indra tem estado envolvida em inúmeros projectos smart cities. Como vê o desenvolvimento deste mercado em Portugal?

Em Portugal, temos assistido a inúmeras iniciativas, eventos e alguns pilotos isolados de smart cities, mas ainda não se iniciou um projecto integralmente smart, um projecto que seja possível afirmar que, com a sua conclusão, a cidade alvo ficará uma smart city. Um exemplo claro e muito próximo deste conceito é o projecto Corunha Smart City, considerado uma referência mundial pelo seu enfoque transversal, que, para além de construir soluções verticais (energia, meio ambiente, mobilidade, administração electrónica…) mais específicas e orientadas para resolver problemas concretos da cidade de forma independente entre si, optou por desenhar e implementar uma plataforma tecnológica global – o cérebro da cidade – capaz de integrar dados e recursos, independentemente da área que os gera ou fonte dos quais procedam. Este grande centro de gestão está baseado no FEEP IoT SOFIA 2, a solução de Internet of Things, com capacidade de big data e cloud.

Como avalia a estratégia que tem sido seguida pelos municípios portugueses?

Os municípios portugueses têm tido uma estratégia muito focada nos temas “smart”, desenvolvendo alguns pilotos, sendo que é necessário efectivamente existir um projecto disruptivo que permita em Portugal demonstrar que é realmente possível uma cidade ser inteligente e sustentável, em toda a sua plenitude.

Pode apontar bons exemplos?

Actualmente, já existem boas referências de pilotos smart em várias zonas do país, como por exemplo em Águeda, Cascais, Lisboa ou Torres Vedras, sem qualquer desprimor para outras localidades que possam não estar aqui mencionadas.

Qual tem sido a actuação da Indra em Portugal em matéria de smart cities?

A Indra tem colaborado com várias iniciativas no âmbito das smart cities assim como em alguns pilotos, sendo que a nossa visão passa por um papel integrador através do nossa solução FEEP IoT Platform Sofia2, na qual pretendemos disponibilizar às cidades uma plataforma transversal que permite integrar sistemas já existentes e futuros, com o objectivo de aumentar a rentabilidade dos serviços da cidade, elevar a eficácia na utilização de recursos e implementar a sustentabilidade na comunidade.

Vai estar no evento ZOOM Smart Cities, em Maio. Que oportunidades esta conferência vai trazer e como pode contribuir para a realização dos objectivos da Indra em Portugal?

Trata-se do evento em Portugal que mais influência pode ter no desenvolvimento das smart cities portuguesas, pois vai reunir os melhores especialistas em smart cities a nível mundial e  nacional, os melhores decisores urbanos e os melhores exemplos de projectos smart. Nesta medida, pode ser o “push” que falta para a realização dos projectos integralmente smart em Portugal e permitir a exportação de metodologias, tecnologia e conhecimento à escala mundial.