“A NOS tem sido parceira das autarquias para tornar as cidades mais inteligentes e neutras em carbono”, disse Manuel Ramalho Eanes, na semana passada, durante uma demonstração de duas aplicações de tecnologia 5G à cidade do Barreiro. Nas palavras do administrador executivo da NOS, já são muitas as “provas dadas” no caminho para a resolução de desafios urbanos e para o desenvolvimento de “serviços públicos de melhor qualidade” apoiados na menor latência e na maior conectividade e maior velocidade da tecnologia 5G. Com mais de 60% de cobertura 5G dos parceiros, a NOS é o “maior investidor privado, em Portugal, em inovação”, diz o gestor. À margem do evento, o responsável acrescentou que o feedback tem sido positivo e que a aposta se mantém.
A NOS tem celebrado várias parcerias 5G com as autarquias. Qual é o feedback que tem recebido?
O feedback que temos tido é muitíssimo bom, o que, naturalmente, é muito encorajante e só nos leva a procurar ter uma maior presença e a alargar o leque de parcerias que têm sido tão produtivas com os municípios portugueses. Os resultados que temos visto têm sido muito interessantes ao nível, muitas vezes, da gestão dos próprios municípios, porque poder trabalhar com boa informação, informação de qualidade, em tempo real, ajuda muito na tomada de boas decisões e a tornar os investimentos mais produtivos. Também é muito gratificante perceber que conseguimos melhorar, com tecnologia, a qualidade de vida das pessoas, utilizando os melhores recursos que estão ao dispor.
As duas soluções aplicadas ao Barreiro focam-se na monitorização da mobilidade urbana e, ainda em fase de implementação, na gestão de biorresíduos. Quais são as expectativas da NOS em relação a esta recente parceria? Poderá vir a ser alargada?
As expectativas são muito altas. No fundo, com estas duas soluções, estamos a demonstrar que há aqui um caso económico de aporte de valor muito importante para que elas [as soluções] possam escalar à dimensão da cidade como um todo. E [estamos a] mostrar como é que se podem endereçar problemas imediatos – redução de trânsito, [problemas] de segurança das pessoas – e como é que, na cidade, se pode planear o futuro para [a cidade] ser mais amiga das pessoas, responda melhor às necessidades e funcione melhor.
Com outra das soluções, a dos resíduos – onde temos a solução de base já implementada num conjunto de locais e que mais quatro semanas estará a funcionar [em pleno], no Centro de controlo de operações da câmara [municipal] do Barreiro –, também estamos a mostrar como é que é possível responder de forma mais ajustada às necessidades das pessoas, também com menos recursos, com recursos mais bem dirigidos, fruto de melhor informação. A nossa expectativa é de que consigamos, efectivamente, mostrar o valor que estas soluções têm, em conjunto com a câmara do Barreiro, e de que possamos ter espaço para as podermos alargar, idealmente a todo o município.
Quais são os maiores desafios na implementação deste tipo de tecnologia nos municípios?
Eu, sinceramente, acho que, muitas vezes, o maior desafio que temos, infelizmente, apesar das muito boas experiências que temos tido, é que a parte que conhece um bocadinho melhor a tecnologia e a parte que conhece melhor a cidade consigam entrecruzar-se e falar bem para que estes projectos andem depressa e andem com qualidade e com satisfação de ambas as partes.
Temos tido a enorme felicidade, nestes projectos, de termos trabalhado sempre em equipas muito boas, muito próximas, que se entendem bem, que se entrosam muito depressa e que fazem com que estes projectos não sejam só uma satisfação grande do ponto de vista do resultado, mas também do ponto de vista do processo.
Temos tido a sorte de trabalhar com municípios fantásticos, como o município do Barreiro, e com equipas fantásticas, como a equipa do Barreiro, com quem é um prazer enorme trabalhar e com quem sentimos que a cada passo do caminho estamos efectivamente a construir muito valor, quer para a solução em presença, quer para outras soluções no futuro.
Olhando para essa dificuldade em integrar essas duas vertentes, qual é o impacto?
Para que estes projectos funcionem, às vezes, o desafio não é tanto que a solução tecnológica fique implementada – quem trabalha com a NOS dá por barato que a solução vai ficar bem implementada. O importante é que, quando se chega ao fim de um projecto de implementação, se retire da solução todo o seu valor, para ela gerar todo o impacto. Ora, isso só acontece se esta for bem trabalhada em conjunto durante a fase de implementação e se, quando se chegar ao final, a solução não for a solução da NOS, mas a solução do município, como é, neste caso, a solução da câmara do Barreiro.
“Parceira tecnológica de inúmeras autarquias nacionais, a NOS já transformou, por exemplo, Albufeira, Seixal, Lagoa ou Vila Nova de Famalicão em cidades inteligentes. Estes municípios adoptaram soluções globais e integradas, desenvolvidas em parceria com a NOS, com especial enfoque na gestão urbana inteligente e sustentável das cidades. Lagoa, Famalicão, Seixal e Albufeira têm em funcionamento salas de planeamento e controlo e plataformas integradoras. Águeda implementou soluções de rega inteligente e Seixal dispõe de uma solução de gestão de resíduos inteligente”, refere a NOS, em comunicado.
Ainda é difícil conceber todo tipo de aplicações que a tecnologia 5G pode ter. A NOS sente isso? Tem projectos em mente?
Tem muitos. Um senhor que nos visitou em tempos disse-nos uma coisa muito interessante. [Disse] que a tecnologia, o interface, o 4G já existem – é isto [aponta para o smartphone] –, mas que o interface e o 5G ainda estavam para ser inventados. Se calhar já foi, mas pelo menos [ainda está] para ser inventado neste formato [de smartphone] em que todos nós podemos usá-lo. Isso é muito interessante porque nos diz que temos um mundo de coisas ainda para descobrir sobre como é que podemos tirar partido desta tecnologia.
O que é que a NOS está a fazer a esse respeito? Desde logo, tem um conjunto de relações com outros operadores a nível internacional para perceber em que medida é que as soluções que está a desenvolver são as melhores que existem. A NOS tem um conjunto de equipas a trabalhar em soluções inovadoras com clientes e com parceiros para poder testar todo o potencial da tecnologia em permanência. A NOS tem um ecossistema de parceiros nacionais e internacionais com quem junta competências para o desenho de implementação e entrega de mais de 23 ofertas relacionadas com a tecnologia 5G, à data, e em contínuo desenvolvimento.
E acreditamos que não paramos por aqui e que temos de estar muito atentos, sobretudo aos problemas que os nossos clientes têm para podermos ver como é que a tecnologia que temos ao nosso dispor pode ajudá-los a resolver esses problemas concretos.
Felizmente, temos conseguido resolver alguns deles e, alguns deles, com bastante impacto e com também algum valor: [criando os projectos 5G] o primeiro estádio, a primeira praia, o primeiro hospital, a primeira fábrica, a primeira cidade, ou a primeira ilha. Temos estado a fazer um conjunto de muito boas parcerias com clientes e parceiros na área tecnológica num ecossistema de inovação aberto para poder endereçar estes desafios e entregar boas soluções. Portanto, sim, não está tudo inventado, mas estamos seriamente à procura de poder encontrar as boas soluções para os problemas que haja para resolver.