O município de Estarreja apresentou, na passada sexta-feira, a aplicação móvel “Sentir Estarreja”. A ferramenta, lançada no âmbito do festival de arte urbana ESTAU, está, para já, focada na descoberta do património cultural e artístico da cidade, mas, segundo o presidente da câmara municipal, Diamantino Sabina, pretende ser “um primeiro abraço àquilo que são as cidades inteligentes”.

Desenvolvida pela unloop em parceria com a zetgallery, a app disponibiliza, nesta primeira fase, dois roteiros temáticos, um dedicado ao circuito de arte urbana do ESTAU e outro ao projecto ambiental BioRia, num “convite a explorar o território de forma simples, interactiva e intuitiva, com acesso a imagem e texto, em diferentes línguas”, refere a autarquia. Em breve, serão disponibilizados o acesso a conteúdos de vídeo e novas rotas em formato de realidade aumentada e recurso a áudio-guia. “Queremos criar as melhores condições para quem nos visita e para quem aqui vive”, disse o autarca, descrevendo a nova app como “um teaser e um convite às pessoas” para visitarem a cidade.

“Com este património cultural e natural riquíssimo, e no contexto actual que nos tem obrigado a viver numa dimensão mais digital, a app Sentir Estarreja permitirá uma nova experiência, convidando a descobrir e explorar o território de forma simples, interactiva e intuitiva. Os roteiros são em si um cartão de visita de Estarreja, possibilitando que o visitante se relacione com as identidades que melhor valorizam e enaltecem o território de Estarreja”, explicou o autarca à Smart Cities.

Tendo também em mente a necessidade de “devolver o espaço público aos cidadãos” sentida durante a actual crise pandémica, o governante anunciou ainda a instalação de um banco inteligente e de um mupi interactivo, onde será possível “experienciar os momentos em sociedade, partilhar experiências”, mas também aceder a informação diversa sobre o concelho, nomeadamente “conteúdos ligados à sensorização ambiental, como resposta aos desafios ambientais existentes tão ligados à história de Estarreja e numa atitude de total transparência e responsabilidade”.

“A aplicação Sentir Estarreja é um sinal claro da aposta do município numa estratégia de inovação e de transformação do território para o conceito de smart city, tendo presente o cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas. Olhamos para este projecto como um processo de transformação que tem sempre o foco nas pessoas, na sua qualidade de vida e no seu bem-estar. A tecnologia é apenas o meio para esse fim”, explicou Diamantino Sabina.

A arte no topo da pirâmide

Neste caminho para as cidades inteligentes, o município de Estarreja está a trabalhar com a mosaic do dstgroup, seguindo aquilo que é o conceito smart city desenvolvido pela empresa de Braga, assente em quatro pilares – sustentabilidade, pessoas, território e arte – e que está a ser implementado também pelo município de Esposende.

“A arte é fundamental […] é o que nos faz dizer ‘esta é uma cidade onde quero ficar’”, disse Raul Bordalo Junqueiro, head of smart cities and business development da mosaic, durante a apresentação, acrescentando que esta app está ajustada ao caminho que tem sido feito pelo município não só em matéria ambiental e de dinamismo industrial e económico, mas também da arte e da cultura.

Com a app, será possível “colocar Estarreja no topo das prioridades do encontro digital, já que [a aplicação] vai beber dos pontos de interesse e possibilitar a partilha de conteúdos” que vão ajudar a promover o território “nos novos países digitais” [redes sociais]. Para além disso e à medida que o projecto vá sendo desenvolvido, “vai também permitir viver a cidade de forma diferente, graças à dinâmica que os dados proporcionam”, sublinhou Raul Bordalo Junqueiro. “Muitas outras gavetas irão aparecer”, anunciou.

“Temos plena consciência de que o caminho para o futuro é já hoje, pelo digital. O digital e a ciência estão a combater as adversidades que hoje atravessamos e são, também nesse contexto, ferramentas de transformação e superação de problemas reais”, defendeu o presidente da câmara municipal de Estarreja. “É por sabermos que esse é o caminho e dada a importância fundamental que tem a informação, os dados, o chamado Big Data, que damos este passo em frente. O projecto Sentir Estarreja é apenas o início de um caminho sem retorno para uma verdadeira smart city”, concluiu.

A app Sentir Estarreja está disponível para iOS e Android e pode ser desacarregada na App Store e Google Play, respectivamente.