Considerado “o maior e mais complexo exercício de planeamento da mobilidade alguma vez realizado em Portugal”, o futuro Plano Metropolitano de Mobilidade Urbana Sustentável de Lisboa (PMMUS) já está a ser construído. A elaboração do documento foi atribuída pela TML (Transportes Metropolitanos de Lisboa) à consultora Way2Go, que calcula um investimento total a rondar os 390 mil euros e definiu um prazo de execução de 20 meses.
Depois da comissão técnica de acompanhamento ter reunido no mês passado, o plano dá agora os primeiros passos, tendo por missão “identificar necessidades e propor medidas e ações para melhorar a mobilidade dos cidadãos em contexto metropolitano e dos seus 18 municípios”, diz a TML. Para isso, terá como função promover “uma mobilidade sustentável, segura e eficiente de cidadãos e de mercadorias, incorporando aspetos climáticos e energéticos, abordando questões de segurança, inclusão e acessibilidade, e destacando a área metropolitana de Lisboa como um exemplo de sustentabilidade a nível europeu”, acrescenta a empresa de mobilidade da Área Metropolitana de Lisboa.
O PMMUS irá, assim, suceder ao Plano de Ação de Mobilidade Urbana Sustentável da Área Metropolitana de Lisboa (PAMUS), que vigorou entre 2016 e 2020, mas que acabou por ter várias ações não concretizadas.
Com este novo plano, a Área Metropolitana de Lisboa procurará também identificar programas e mecanismos de financiamento que respondam às necessidades identificadas, pelo que o documento deverá as boas práticas nacionais e internacionais nesta área, a começar pelas diretrizes da Comissão Europeia para a realização de Planos de Mobilidade Urbana Sustentável.
De acordo com a TML, o PMMUS de Lisboa inclui dois eixos fundamentais. O primeiro é uma avaliação ambiental estratégica, “inovadora neste tipo de planos”, que visa “identificar e avaliar o impacto das atividades associadas ao transporte de pessoas e bens, bem como selecionar propostas com vista a aumentar a eficiência energética, climática e ambiental”.
O segundo passa pela participação e envolvimento da comunidade em todas as fases do documento, nomeadamente através da participação de diferentes agentes estratégicos, da realização de um inquérito à população e, já numa fase posterior, de um convite aos residentes da AML para que, eles próprios, apresentem propostas. Os contributos finais poderão acontecer já depois da apresentação pública da primeira versão do plano, o que deverá suceder entre junho e agosto de 2025.
Recorde-se que a Área Metropolitana de Lisboa é composta por 18 municípios: Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.
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