O projecto educativo Native Scientists, que junta cientistas e crianças de comunidades migrantes, foi um dos vencedores dos Prémios Novo Bauhaus Europeu, galardão promovido pela Comissão Europeia que distingue os melhores exemplos e soluções de sustentabilidade, estética e inclusão, valorizando a participação das comunidades locais. A candidatura deste projecto com sede em Braga e em Londres foi distinguida na temática “Recuperar um Sentimento de Pertença”, da categoria “Campeões da Educação”, e vai agora receber 30 mil euros.
Este foi um dos 15 premiados a nível europeu, mas o único português vencedor, entre uma lista de 61 finalistas, 6 deles nacionais. O anúncio dos galardoados aconteceu durante uma cerimónia realizada na passada quinta-feira, em Bruxelas, que contou com a presença da Comissária Europeia da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira.
O Native Scientists leva cientistas de comunidades migrantes a escolas de vários países da Europa, dinamizando oficinas baseadas na cultura dos participantes e incentivando os alunos a experimentar e falar sobre ciência na sua língua materna. O objectivo é promover a alfabetização científica e linguística, bem como o sentimento de pertença entre os migrantes. “Nós não trabalhamos só com a comunidade portuguesa, ou seja, o que nós fazemos é unir cientistas e crianças que são da mesma comunidade migrante, por toda a Europa”, explicou Afonso Bento, um dos responsáveis. Recorde-se que o Native Scientists também já tinha sido distinguido pela UNESCO com o prémio de literacia King Sejong, que reconhece iniciativas pedagógicas que valorizam a língua materna.

Este é o terceiro projecto português a receber o galardão, depois da plataforma de sustentabilidade AYR, do CEiiA, em 2021, e do REPLAY, em 2022, uma iniciativa liderada pela Zero Waste Lab e pela Precious Plastic Portugal, que implementou em vários municípios uma rede de recolha e triagem de brinquedos em fim de vida.
European Urban Initiative apoia Viana do Castelo
Na mesma cerimónia foram também anunciados os projectos escolhidos pelo primeiro aviso da European Urban Initiative (igualmente no âmbito do Novo Bauhaus Europeu), que tinha recebido 100 candidaturas. Entre os 14 eleitos está um português, apresentado pelo município de Viana do Castelo, para a criação de um centro de criação de tecnologia e arte: o VIANA S+T+ARTS CENTRE.
Este projecto vai requalificar o antigo matadouro municipal da cidade, transformando-o num “espaço inovador, inclusivo e cultural que pretende ser um novo laboratório de cidade criativa para estimular a inovação azul impulsionada pelas artes sustentáveis”. Dos 6 milhões de custo total, 5 milhões serão, assim, financiados pela União Europeia, através do FEDER. A obra deverá estar concluída no prazo de dois anos.
“A cidade terá uma nova centralidade, com espaços urbanos requalificados, com novas e renovadas acessibilidades à estrutura viária da cidade, permitindo a plena fruição pública e participativa”, disse o presidente da câmara, Luís Nobre, por ocasião do lançamento da candidatura, em Janeiro deste ano.
Recorde-se que depois deste aviso, a European Urban Initiative lançou recentemente uma nova call, a segunda, agora com um orçamento de 120 milhões de euros para projectos de inovação urbana. O prazo de candidaturas termina a 5 de Outubro.
Fotografia de destaque: © CM Viana do Castelo