Representantes das sete cidades europeias que constituem o CityLoops reuniram-se, durante dois dias, no Porto, para partilhar alguns resultados do projecto que procura aumentar a circularidade na utilização de materiais, com foco nos resíduos de construção e demolição e na matéria orgânica. Além da população, o Município vem promovendo o envolvimento do sector social e do turismo nas acções.

“O Município do Porto quer assumir um papel cada vez mais activo na recuperação e valorização de materiais residuais”, garantiu o vice-presidente da Câmara, na sessão de abertura dos trabalhas da Assembleia Geral do CityLoops.

Filipe Araújo sublinhou esse como o desafio que levou a cidade a aderir ao projecto, ao lado da holandesa Apeldoorn, da finlandesa Mikkeli, da norueguesa Bodø, da espanhola Sevilha e das dinamarquesas Høje-Taastrup e Roskilde. “Através da compostagem, o lixo orgânico pode ser transformado num fertilizante ideal para os solos, devolvendo os nutrientes à terra para que seja reintegrados no ciclo de produção das plantas”, reforçou o também responsável pelo Ambiente e Transição Climática.

Ao lado de parceiros como a Porto Ambiente, a LIPOR e a 2GO Consulting, o Porto tem apostado em cinco acções essenciais: a recolha selectiva de resíduos orgânicos em prédios, junto de 15 mil famílias, com recurso a 120 contentores com controlo de acesso; a compostagem comunitária que serve 180 famílias; o combate ao desperdício alimentar através de modelos de circularidade nos sectores do turismo e social com a atribuição do Certificado Coração Verde; a promoção do projeto FoodLoop para projectos com impacto na cadeia de valor dos alimentos; a certificação dos espaços verdes e a assinatura do protocolo Zero Desperdício para distribuição de comida por instituições sociais.

O vice-presidente recordou que o Porto tem implementado, desde 2017, o Roadmap para a Economia Circular, que tem orientado a cidade no objectivo de “reduzir as perdas e acelerar a transformação”. Em 2019, ao lado da Fundação Ellen MacArthur, a cidade começou a aplicar a economia circular ao scetor dos alimentos.

No entanto, considera Filipe Araújo, “temos consciência da falta de informação que ainda existe” e, por isso, “continuamos a agir nas frentes que já sabemos serem críticas”. Entre os projectos na área do combate ao desperdício alimentar estão a Feira Local de Produtos Orgânicos, os jardins urbanos, os compositores individuais, o “Embrulha”, a rede de Restaurantes Solidários, o Good Food Hub ou a recolha porta-a-porta de lixo orgânico dos estabelecimentos comerciais.

O objectivo, assume o vice-presidente, será “dar continuidade à expansão da recolha selectiva de resíduos orgânicos e da rede de ilhas de compostagem comunitária, aumentar o número de entidades aderentes aos modelos de circularidade, implementar o Certificação de Espaços Verde em novas localizações e incrementar o número de entidades envolvidas na rede de donativos de alimentos”.

O texto acima é da responsabilidade da entidade em questão, com as devidas adaptações.