O valor do mercado global das cidades inteligentes irá crescer de quase 600 mil milhões de euros em 2025 para cerca de 1 210 mil milhões euros em 2032, estima um relatório da consultora Persistence. Trata-se de uma subida acima dos 100%, impulsionada pela inteligência artificial (IA), pela IoT (Internet das coisas) e pelo 5G, a par do crescimento da urbanização e da transição das cidades.
Para os autores do estudo, estas tecnologias vão continuar a “revolucionar a vida urbana”, ao permitirem “a recolha e o processamento de dados em tempo real, conduzindo a soluções inovadoras de smart cities”. Entre elas sobressai, desde logo, a IA que “já está a impulsionar a análise preditiva, a segurança pública e a gestão do trânsito” e prepara-se para causar ainda mais impacto positivo nas cidades. Por exemplo, “os sistemas de gestão de trânsito estão a ser preparados para reduzir os congestionamentos em 30% até 2032”, refere o estudo.
Também a Internet das Coisas deverá desempenhar “um papel fundamental no desenvolvimento das smart cities”, pois estima-se que, até ao mesmo ano, mais de 50 milhões de dispositivos IoT sejam implantados em aplicações de cidades inteligentes, atingindo uma penetração de mercado na ordem dos 80%. “Postes de iluminação pública inteligentes que ajustam a luminosidade com base no fluxo de trânsito, caixotes do lixo inteligentes que alertam as autoridades quando estão cheios e sinais de trânsito que se ajustam com base em dados de trânsito em tempo real” são alguns dos equipamentos elencados pelo relatório.
Ao mesmo tempo, é esperado um incremento das redes 5G, “que irão cobrir mais de 60% das áreas urbanas em países em desenvolvimento” até 2032. Com esta conectividade “as cidades podem lidar com um afluxo maciço de dados gerados por dispositivos ligados, permitindo a tomada de decisões em tempo real e a automatização a uma escala sem precedentes”, lê-se num comunicado da consultora norte-americana.
Na opinião da Persistence, o desenvolvimento da infraestrutura de veículos elétricos, a integração de sistemas inteligentes nos transportes, a integração das energias renováveis em redes inteligentes e as soluções de eficiência energética em edifícios são outros temas-chave para os próximos anos.
O segmento do software deverá liderar o mercado das smart cities, com 57% de quota em 2025, mas o setor também irá assistir a um aumento da procura de sistemas de segurança inteligentes, atingindo uma quota de 22,2%. Um crescimento justificado com o facto da “urbanização acentuada ter acelerado as taxas de criminalidade e as ameaças à segurança, incentivando a procura por sistemas de segurança inteligentes”.
A consultora traça, igualmente, os principais desafios e barreiras ao desenvolvimento das smart cities, como o “elevado custo de desenvolvimento e implantação de infraestruturas, especialmente nos países em desenvolvimento”, mas também “as questões relacionadas com a privacidade dos dados, a cibersegurança e a regulamentação para garantir que as tecnologias são utilizadas de forma segura e eficaz”. Além disso, acrescenta, “a aceitação pública das tecnologias das cidades inteligentes é outro obstáculo potencial, uma vez que os cidadãos podem estar preocupados com questões de privacidade ou com a deslocação de empregos devido à automatização”.
Fotografia de destaque: © Shutterstock