De 11 a 13 de Outubro, a FIL, no Parque das Nações, recebe mais uma edição do Portugal Smart Cities Summit (PSCS). Para Elisabete Martins, gestora do evento, o PSCS é “o marketplace de excelência” relacionado com as soluções de inteligência urbana, sendo um ponto de encontro e de conhecimento não só para as empresas, mas também para os autarcas e para o público em geral.

O PSCS tem acompanhado o crescimento do mercado da inteligência urbana no nosso país. Como se posiciona no sector?

O PSCS não só tem acompanhado o crescimento do mercado da inteligência urbana, como tem sido um agente fundamental da sua implementação nas cidades, ao promover a partilha do conhecimento e ao apresentar produtos e soluções tecnológicas baseadas em redes de inteligência para cada uma das áreas de intervenção, como mobilidade inteligente, IoT (Internet of Things), cibersegurança, energia, água e resíduos, Investigação & Desenvolvimento, saúde e bem-estar, e que contribuem para abordar e avaliar os desafios urbanos mais complexos que caracterizam uma cidade em transformação.

Elisabete Martins é gestora do Portugal Smart Cities Summit.

Que oportunidades representa para as empresas?

O PSCS é actualmente o evento e o marketplace de excelência relacionado com soluções destinadas às cidades inteligentes. Aqui, as empresas têm oportunidade de expor os seus produtos e serviços, activar a sua marca, estabelecer network, o que lhes permite alargar o universo de clientes e parceiros.

De salientar que este evento reúne a pluralidade de stakeholders deste sector, como autarcas, técnicos municipais, administradores, empresários, engenheiros, arquitectos, investidores, empreendedores, professores, investigadores e estudantes, o que se traduz numa oportunidade única para todos os que pretendem ter um papel predominante nas soluções das cidades inteligentes.

Tendo em conta a actualidade e os acontecimentos recentes, há alguma área que tenha ganhado destaque, por exemplo, a energia?

Sem dúvida de que vivemos tempos desafiantes a vários níveis. Desde o aceleramento dos efeitos dramáticos das alterações climáticas, passando pela guerra na Ucrânia ou pela aprendizagem do “pós-pandemia”, tudo são fenómenos que nos devem levar a reflectir não só sobre as soluções em si, mas, sobretudo, sobre o “timing” que temos disponível para encontrar as respostas mais adequadas. Também sabemos que é nestes tempos mais difíceis que residem as grandes oportunidades, e esse será sempre o maior contributo do PSCS: o de, em cada edição, promover a partilha de ideias e reflexões entre peritos; o de estimular a identificação e concretização de negócios entre empresas; e o de incentivar a implementação de soluções tecnológicas que contribuam para o bem-estar das populações urbanas.

Como bem identificou, a energia é hoje um tema central em qualquer debate, mas há outros que são igualmente incontornáveis, como a gestão da água, a inclusão, a sustentabilidade ou outros directamente ligados às tecnologias de informação como a cibersegurança, o IoT ou a competitividade empresarial associada à implementação de soluções 5G. É também por isso que consideramos fundamental o contributo que a NOS, parceira na organização, aporta ao evento, o qual permite que todos fiquem a conhecer as últimas novidades tecnológicas para as cidades inteligentes.

O evento teve alterações ou adaptações de modo a contemplar a situação internacional actual e os desafios que daí advêm?

Em bom rigor, a situação internacional veio sobretudo acentuar a pertinência de alguns dos temas que têm sido debatidos ao longo das últimas edições e colocar sentido de urgência na implementação de soluções que ajudem a mitigar esses mesmos desafios.

Sabemos que hoje existem algumas questões que são novas e que outras se colocam de forma diferente. E como as smart cities têm sempre uma dimensão económica, social e política, é inevitável que o evento venha a reflectir e a procurar enquadrar as alterações que esperamos serem conjunturais, como a guerra da Ucrânia, ou estruturais, como a estratégia da União Europeia relativa às smart cities.

O certame sempre colheu muito interesse por parte dos municípios. Como alimentam a vossa relação com as autarquias?

A participação activa dos municípios é um dos pontos fortes do evento, quer como expositores, quer como visitantes, mas também como participantes e oradores nas conferências, o que suscita sempre muito interesse. A adesão e a receptividade têm sido excelentes e, se exceptuarmos os anos de pandemia, nos quais o PSCS se realizou com fortes constrangimentos, verificamos que um número crescente de autarcas e técnicos municipais participou no evento. Na nossa opinião, isso deve-se ao facto de os municípios estarem cada vez mais atentos e interessados na implementação de novas estratégias e soluções nas suas cidades.

Assim, o evento irá manter a Cimeira dos Autarcas, que se realiza no primeiro dia do evento, sob o tema “Autarquias, Empresas e Cidadãos”. Este é um evento que já faz parte da agenda regular de uma boa parte dos autarcas nacionais.

“O PSCS é uma plataforma para a internacionalização, na medida em que participam no evento empresas multinacionais, organismos internacionais e oradores de várias geografias. O network é o ponto-chave do sucesso dos negócios e o evento é o ponto de encontro do sector para além das nossas fronteiras.”

Apesar de impactar a vida das pessoas, o tema das smart cities é, à primeira vista, entendido como sendo para as empresas e para os municípios. Como tem sido a adesão do público em geral à feira? Promover essa proximidade faz parte dos vossos objectivos?

É verdade que os conteúdos do evento são maioritariamente direccionados para um público mais interessado no tema das smart cities, não necessariamente apenas empresas e municípios, mas também investidores, empreendedores, investigadores e personalidades da vida académica e científica.

O PSCS sempre promoveu a proximidade ao público em geral e aos jovens em particular. Exemplo disso são os projectos inovadores como o INOV, que venceu o Prémio Escola Energy Up, no concelho da Amadora. Desta forma, o PSCS também está a estimular o surgimento de novos empreendedores e a adequação do ensino às necessidades do mercado laboral.

Tendo em conta a vossa proximidade às empresas, que medidas/iniciativas fazem falta para que este mercado possa concretizar o seu potencial em Portugal?

A implementação de uma estratégia de smart cities numa cidade está sempre associada à questão do financiamento, público e/ou privado. Esta é um dos grandes temas do evento, que visa contribuir para que os municípios, entidades e empresas encontrem os melhores instrumentos financeiros para concretizarem os seus projectos. A projecção internacional do potencial dos nossos recursos endógenos poderá também ser decisivo na promoção e captação de investimento estrangeiro e este é um caminho que as iniciativas do PSCS ajudam a identificar e a percorrer.

A internacionalização é uma ambição de muitas empresas. O PSCS pode abrir portas nesse sentido?

O PSCS é uma plataforma para a internacionalização, na medida em que participam no evento empresas multinacionais, organismos internacionais e oradores de várias geografias. O network é o ponto-chave do sucesso dos negócios e o evento é o ponto de encontro do sector para além das nossas fronteiras.

Quais os destaques para este ano e quais são as vossas expectativas?

Vamos ter muitas novidades, novas parcerias, novos temas e novos projectos, que serão oportunamente anunciados [ver sítio on-line do evento]. As nossas expectativas são as melhores e, por isso, contamos com a participação de todos, de 11 a 13 de Outubro, na FIL, Parque das Nações.

Este artigo foi originalmente publicado na edição nº 36 da Smart Cities – Julho/Agosto/Setembro 2022, aqui com as devidas adaptações.