Os condutores de Lisboa perderam, em média, 60 horas no trânsito durante o ano passado. A estimativa é avançada por um estudo internacional que coloca a capital portuguesa como a 44.ª cidade mundial e a 20.ª europeia com mais engarrafamentos, entre mais de 900 áreas urbanas de 37 países. De acordo com a INRIX, uma organização norte-americana que estuda as condições do trânsito rodoviário global, o tempo perdido com os congestionamentos aumentou 5% em Lisboa, comparativamente com o ano de 2023, e 28% em relação a 2022. Consequentemente, a cidade continua a subir no ranking, pelos piores motivos, uma vez que no ano passado ocupava a 51.ª posição, enquanto em 2022 estava no 53.º posto.
Este trabalho revela ainda que a velocidade média das deslocações na cidade e arredores continua a descer durante as horas de ponta, estando já abaixo dos 33.8 km/h (cerca de 21 milhas/hora). Fora destes períodos, ronda os 58 km/h. Por sua vez, a velocidade na “última milha” está próxima dos 16 km/hora, quando em 2023 era de 17.7 km/h.
Além da capital, outras cidades portuguesas tiveram um aumento significativo de engarrafamentos em 2024, com destaque para o Porto, que passou a ocupar a 226.ª posição mundial (era 269.ª em 2023), com 26 horas perdidas no trânsito. Uma subida de 16% face a 2023 – a maior a nível nacional – e de 32% em relação a 2022. Durante as horas de ponta, a velocidade média foi de 54,7 km/h, cerca de 20km/h a menos (74 km/h) que nos outros períodos.
O estudo, revelado esta segunda-feira, indica que Cascais continua a ser o terceiro município português com mais congestionamentos, ocupando agora o 358.º posto mundial, com 36 horas perdidas, em média. Ainda assim, baixou várias posições (era 334.º em 2023), enquanto o tempo no trânsito mantem-se igual ao do ano anterior.
Na lista de cidades portuguesas seguem-se Braga (480.º lugar), Coimbra (500.º) e Barcelos (505.º), as três com 22 horas perdidas e um aumento de 5%, o mesmo de Famalicão, com um total de 21 horas. Já Guimarães (545.º/20 horas) e Évora (689.º/17 horas) conseguiram reduzir o tempo despendido, cerca de 5% no caso da cidade minhota e 11% na alentejana. Este ranking contou com mais três localidades lusas: Montijo (741.º/15 horas), Viseu (746.º/14 horas) e Caldas da Rainha (906.º/8 horas).
Em todo o mundo, a cidade que obrigou a uma maior paciência por parte dos condutores foi a capital da Turquia, Istambul, com 105 horas perdidas, seguida das norte-americanas Nova Iorque e Chicago, ambas com 102 horas. Depois, surge a Cidade do México (97 horas) e as duas primeiras metrópoles europeias da tabela, Londres (Inglaterra) e Paris (França), com 101 e 97 horas, respetivamente. Dublin, na Irlanda, fecha o top 3 europeu, com 81 horas.
O ranking da INRIX é elaborado com base numa relação entre os níveis de congestionamento de trânsito e o número de população de cada cidade. A nível global, as conclusões do estudo destacam que “o congestionamento do trânsito em todo o mundo aumentou em 2024, à medida que os trabalhadores regressavam aos escritórios nos EUA e na Europa Ocidental e os preços dos combustíveis baixaram”. Das 100 primeiras cidades, 23 registaram um crescimento de trânsito de dois dígitos no último ano.
Fotografia de destaque: © Shutterstock