O Politécnico de Leiria está a experimentar a utilização da realidade virtual em três escolas do distrito de Leiria no âmbito de um projeto internacional, o VIBES, que quer dar a conhecer o potencial desta tecnologia para a atividade física e para o desporto.
A iniciativa junta a instituição portuguesa a vários parceiros europeus, como uma universidade belga e outra cipriota, um centro de investigação no Chipre, um centro desportivo em Itália e uma associação europeia. Ao Politécnico de Leiria cabe a tarefa de mostrar aos outros elementos do consórcio a melhor forma de ensinar esta abordagem aos professores de educação física das respetivas escolas.

Projeto VIBES está a ser implementado em Portugal por três investigadores portugueses
Para isso, começou a aplicar um projeto piloto na Escola Secundária Rodrigues Lobo, em Leiria, que complementa as habituais aulas de badminton com outros desportos de raquetes, mas praticados de forma imersiva, ou seja, com joysticks e óculos de realidade virtual. “A ideia não é trocar a atividade física tradicional, que consideramos insubstituível, pelas novas tecnologias, mas conciliar as duas vertentes. Temos perfeita noção das guidelines internacionais, mas não podemos fugir à atual realidade, até porque, como sabemos, há uma geração que cresceu com o tablet em frente ao nariz e em que o scroll faz parte do seu dia a dia”, diz José Amoroso, um dos coordenadores do projeto.
Em entrevista à Smart Cities, o investigador do Politécnico de Leiria revela que, para já, a reação dos alunos está a ser muito boa, como mostra uma avaliação diária “em que a grande maioria tem dado um 5 [o valor máximo da escala] a estas aulas, já para não falarmos das caras de alegria que eles fazem”. Além disso, lembra ainda as vantagens que esta tecnologia poderá trazer às crianças e jovens com mobilidade reduzida ou com dificuldades motoras, “ao aumentar a inclusão e oferecer um contacto mais positivo com o desporto”.
Depois da primeira escola, os equipamentos de realidade virtual vão seguir para a Secundária da Batalha e, mais tarde, para a Escola Secundária Afonso Lopes Vieira, em Leiria. Nas três, todos os professores que participam no projeto tiveram uma formação inicial para se familiarizarem com o sistema.
Ainda este ano letivo, os alunos das escolas portuguesas vão jogar entre si num torneio nacional e também está prevista a realização de uma prova internacional à distância com os outros países que participam no VIBES.
No final dos 30 meses de projeto, os três investigadores nacionais que integram a iniciativa – José Amoroso, David Silva e Luís Coelho -, querem elaborar um e-book que sirva de apoio formativo a todos os professores a nível nacional. Isto porque, caso haja interesse de mais instituições, os equipamentos de realidade virtual poderão vir a ser utilizados por outras escolas e municípios do país.