Começa esta semana um roteiro nacional destinado a ouvir diferentes entidades e a recolher contributos para a Agenda Nacional de Inteligência Artificial. Esta iniciativa, que tem como missão garantir o desenvolvimento em Portugal, até 2030, de “um ecossistema robusto de inteligência artificial (IA), baseado na ética e na excelência científica”, começa por percorrer o país com três sessões públicas, todas presenciais.

A primeira acontece já amanhã (15/01) em Lisboa, no Auditório do Fórum Tecnológico da Lispolis, a partir das 10h00. No dia seguinte (16/01), às 15h30, é a vez da Universidade Évora, enquanto na sexta-feira (17/01) realiza-se no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), a partir das 11h00. As inscrições podem ser feitas através deste link.

“Vamos começar ouvindo um grupo de peritos que convidámos para aquilo que é o comité de acompanhamento da Agenda Nacional de Inteligência Artificial, presidida pelo professor Arlindo Oliveira, que dispensa apresentações, e que integrará mais pessoas, no caso a Daniela Braga, o Paulo Dimas e a Gorete Marreiros, presidente na Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial”, disse a Ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, durante um evento em Leiria.

A governante revelou que o objetivo é “correr o país presencialmente e permitir ainda que, durante este mês, as pessoas iniciem o envio dos seus contributos para aquilo que deve ser o posicionamento do Estado português em matéria de inteligência artificial”.

No primeiro trimestre deste ano deverá ser apresentada a primeira grande iniciativa no âmbito da Agenda Nacional de Inteligência Artificial: o lançamento de um modelo de linguagem (LLM) português, batizado com o nome Amália. Trata-se de um “Assistente Multimodal Automático de Linguagem com Inteligência Artificial”, assente na mesma tecnologia do ChatGPT, que tem previsto um investimento de 5,5 milhões de euros.

Recorde-se que a Agenda Nacional de Inteligência Artificial está estruturada em torno de três eixos de atuação – Inovação, Talento e Infraestrutura – e prevê um conjunto de novas ações, que serão articuladas com iniciativas e projetos já em curso na Administração Pública.

Para Margarida Balseiro Lopes, outra aposta do Governo passa por responder à “necessidade que o país tem em vários domínios em utilizar de forma inteligente os dados que recolhe”. “Esta é uma grande preocupação do Governo que, na Estratégia Nacional de Territórios Inteligentes, tinha como objetivo envolver 75 municípios. Fomos tão bem-sucedidos que envolvemos quase 300 municípios, o que obviamente vai obrigar o Governo a reforçar [o programa] financeiramente, mas pelas melhores razões, porque significa que vamos chegar a todo o país”, concretizou a ministra.

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