Em 2050, a população que vive em centros urbanos deve duplicar, fazendo do processo de urbanização uma das mais importantes tendências do século XXI. Na Conferência sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável da ONU (HABITAT III), que decorre de 17 a 20 de Outubro em Quito, Equador, discutem-se os desafios que o imparável processo de urbanização global implica. Esta é a terceira edição da conferência que se realiza a cada 20 anos, no âmbito do programa específico da Organização das Nações Unidas (UN-HABITAT) para habitação e desenvolvimento urbano sustentável, tendo sido precedida, em 1976, pela Habitat I e, em 1996, pela Habitat II.

Sustentabilidade habitacional, segurança alimentar, pobreza, saúde e educação são apenas algumas das problemáticas em discussão no evento. O objectivo é a adopção de uma Nova Agenda Urbana, de modo a promover cidades mais sustentáveis, tanto do ponto de vista social como do ponto de vista ambiental, com mudanças no modo como construímos, gerimos e vivemos as cidades. Este documento, para o qual existe já uma versão provisória, deverá apresentar linhas de acção claras e concisas, numa demonstração de comprometimento político dos Estados-Membros com a habitação condigna e o desenvolvimento urbano sustentável, assim como com a resolução dos problemas resultantes da pobreza urbana, dirigindo-se, necessariamente, a problemas emergentes, como é o caso da crise dos refugiados. Se em 1976 apenas 37,9% da população mundial residia em áreas urbanas, em 2016 esse valor situa-se, já, nos 54,5%.

A conferência conta com a participação de todos Estados-Membros, mas também de vários stakeholders, tais como organizações da sociedade civil, governos e representantes regionais, investigadores, instituições académicas, fundações, grupos de mulheres e de jovens, grupos do sector privado e várias agências e organizações das Nações Unidas.

A HABITAT III é a primeira reunião à escala global das Nações Unidas depois da adopção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, e será o palco de uma oportunidade fundamental na discussão da gestão das cidades, vilas e aldeias enquanto impulsionadores do desenvolvimento sustentável e do cumprimento das metas ambientais globais definidas.