O Pipistrel Velis Electro, o primeiro avião 100% elétrico certificado do mundo, já pode ser visto a sobrevoar os céus portugueses. O modelo foi adquirido pela IFA – International Flight Academy, uma escola de aviação com um dos pólos em Viseu, que já tem um segundo modelo a caminho.

Em entrevista à Smart Cities, José Madeira, CEO da IFA – International Flight Academy, explica que o modelo “se adequa perfeitamente” à missão de treino e que já é utilizado em 30% da fase inicial do curso de piloto. “Vamos utilizar este avião para as fases iniciais do treino. No futuro, como aconteceu com os veículos elétricos, acreditamos que a utilização do avião elétrico será mais ampla, daqui a cinco ou dez anos. Nessa altura, será relativamente fácil dobrar a capacidade da bateria.”

O modelo Velis Electro pesa cerca de 600 kg e está equipado com duas baterias de 12,5 kw. A propulsão é totalmente elétrica e utiliza um carregador que, na máxima capacidade de carregamento, carrega a 32 amperes. 

O modelo é vendido para vários países e há cerca de dois meses teve autorização para ser utilizado em treino. “Acredito que na instrução cada vez mais a introdução do elétrico será uma realidade. No caso do 100% elétrico, o combustível é a eletricidade, o que representa valores muito mais baixos e com rendimentos bastante superiores”, afirma José Madeira. 

Face ao avião convencional, movido a combustível, “as diferenças no custo de operação são enormes”. Enquanto num modelo elétrico o custo de operação/hora situa-se nos cerca de oito euros, no caso do avião de combustão esse valor sobe para os cerca de 150 euros por hora, devido ao custo do combustível e da manutenção. 

Modelos elétricos poderão chegar à aviação comercial ?    

Na opinião de José Madeira, CEO da IFA – International Flight Academy, a aviação comercial deverá apostar, no futuro, em soluções “bastante mais sustentáveis”, mas sem recurso a baterias e motores elétricos. A solução poderá passar pela aposta em “turbinas idênticas às que são utilizadas hoje, mas utilizando o hidrogénio  produzido com recurso a centrais fotovoltaicas, eólicas ou outras formas de energia renovável”. 

A IFA tem sede em Cascais, onde se concentram cerca de 200 alunos, e o polo em Viseu, que conta com cerca de 60 alunos de 11 nacionalidades de vários continentes. Desde 2019 formou 40 pilotos.