Na passada segunda-feira, foram anunciados em Matosinhos os três vencedores do capítulo português do projecto europeu BluAct, que tem como objectivo dar apoio a projectos empresariais inovadores e sustentáveis no sector da economia do mar. Bioworld, PINKTech e Blue_container foram os premiados, que vão agora beneficiar de incubação no Pólo do Mar do Parque da Ciência e da Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) e integrar um programa de aceleração.
Com o objectivo de impactar significativamente o sector da economia do mar, o BluAct esteve à procura em Matosinhos, até 9 de Fevereiro, de projectos empresariais inovadores. Bioworld, PINKTech e Blue_container são os três projectos vencedores do BluAct Matosinhos Startup, o capítulo português do prémio europeu que envolve, para além da cidade portuguesa, Piraeus (Grécia), Burgas (Bulgária), Mataro (Espanha), Ostend (Bélgica), Galati (Roménia) e Salerno (Itália). O concurso tem como objectivo estimular a economia do mar, através da submissão de projectos de empreendedorismo sustentável, tanto em fase de ideia como com empresa já constituída, desde que esta tenha menos de quatro anos.
Os projectos a concurso podem inserir-se em sectores como o turismo, indústria, investigação, formação, desporto ou moda, esclarece o município de Matosinhos em nota publicada on-line. O critério chave é, contudo, único: o “impacto significativo na economia do mar”.
Na segunda-feira, foram anunciados os três projectos vencedores: Bioworld, que ocupou a primeira posição, e PINKTech e Blue_container, na segunda e terceira posições, respectivamente. Ao serem os mais bem classificados no concurso promovido pela cidade de Matosinhos, terão direito a um ano de incubação no Pólo do Mar do UPTEC e integram um programa de aceleração promovido pela mesma instituição e pela cervejeira portuguesa Super Bock. Segundo o município de Matosinhos, a conquista do pódio tem ainda “prevista a atribuição do Prémio Super Bock Group”, um prémio monetário no valor de 5 mil euros.
Para além dos três projectos que perfazem o pódio do concurso, foram ainda seleccionados dois outros projectos no âmbito da competição: SABEaMAR e Centro de Talassoterapia. Em competição, estiveram dez ideias de negócio, que seguiram um programa de ideação que decorreu durante 4 dias no UPTEC.
O júri do concurso de Matosinhos foi constituído pelo vereador do ambiente do município, António Correia Pinto, pela representante do grupo Super Bock, Orquídea Dias, e por Susanha Pinheiro, representante do UPTEC.
Na nota publicada pela autarquia, a câmara municipal de Matosinhos expressou a sua vontade de “dar continuidade a este tipo de projectos já no próximo ano”.
O BluAct é um projecto europeu de transferência de boas práticas na área da economia do mar, tendo como objectivo dar apoio ao empreendedorismo sustentável nesta área. Este projecto é financiado ao abrigo do URBACT III, programa europeu de troca de conhecimentos e transferência de boas práticas.
Sobre os projectos vencedores:
BioWorld – a revolução das embalagens biodegradáveis
Centrado no desenvolvimento de uma nova solução de biopolímeros produzidos a partir do desperdício de águas e resíduos orgânicos com aplicação em embalagens biodegradáveis, o BioWorld assume-se como o grande vencedor do BluAct. O projecto visa o desenvolvimento de biopolímeros biodegradáveis com princípios bioativos, direccionados para os diferentes requisitos de embalagens. Refira-se que este novo produto, que poderá potenciar uma redução significativa da utilização de plásticos, distingue-se de outros polímeros e biopolímeros pela sua resistência ao rasgo, pelo controlo na produção e pela proteção UV, contendo, ainda, características antibacterianas e antioxidantes.
PinkTech – a inovadora alimentação cor de rosa para peixes
No campo da investigação científica, o projecto PinkTech foi o grande vencedor. A tecnologia “cor de rosa” aposta na utilização de bactérias ricas em carotenoides – Planctomycetes – para fornecer novas fontes de alimentação para peixes. A solução pretende melhorar os parâmetros reprodutivos, como o crescimento e a densidade populacional sob diferentes condições de cultivo e alimentação. Recorrendo a organismos vivos na dieta alimentar de peixes de aquacultura, a alternativa permitirá manipular a qualidade nutricional do alimento fornecido.
Blue Container – de contentores marítimos a casas habitáveis
Já no âmbito da economia circular, o projecto Blue Container destaca-se pela reutilização e transformação de contentores marítimos em casas habitáveis. O projecto visa a reutilização de contentores marítimos através da utilização de materiais recolhidos na costa portuguesa, nomeadamente plásticos e madeira, com o objetivo de criar estruturas de habitação temporárias de baixo custo. O Blue Container pretende, ainda, desenvolver estruturas de apoio móvel às praias, capitalizando um turismo autossustentável, substituindo o sistema de construção tradicional de carácter permanente.