Este ano, o investimento em iniciativas de inteligência urbana deve subir, em comparação com o ano anterior, 18,9%, para 111 mil milhões de euros. A previsão foi avançada pela consultora International Data Corporation (IDC), especializada em pesquisa de mercado e informação tecnológica.

No seu relatório Worldwide Smart Cities Spending Guide, publicado em Fevereiro, a consultora analisou os investimentos realizados em 207 cidades de todo o mundo em iniciativas de inteligência urbana, em campos como a iluminação inteligente, edifícios inteligentes, dados abertos (open data), gestão inteligente de tráfego, gestão de resíduos ou smart parking.

Em 2019, um terço do investimento no mercado das smart cities esteve relacionado com a resiliência e infra-estrutura energéticas, nomeadamente smart grids, enquanto 18% e 14% do investimento foi direccionado, respectivamente, para projectos de segurança pública, através do uso de dados, e para a mobilidade inteligente. A relevância das smart grids no investimento total deve, segundo o relatório, “diminuir ao longo do tempo”, à medida que outras áreas da inteligência urbana ganham importância.

De acordo com o documento, há uma tendência para a “dispersão” do mercado de iniciativas na área das smart cities por cidades de pequena e média dimensão. O top 100 das cidades com maiores investimentos em iniciativas de inteligência urbana representa, aproximadamente, 29% do investimento total global. Em relação ao ano anterior, o investimento das cidades em matéria de inteligência urbana deve subir 18,9%, para 111 mil milhões de euros (cerca de 124 mil milhões de dólares).

Em nota publicada no sítio web da IDC, a propósito do lançamento do relatório, a empresa norte-americana revela que são “menos de 80” – em mais de 200 analisadas – as cidades com investimentos superiores a 90 milhões de euros (100 milhões de dólares) por ano. Segundo a publicação, a maioria das oportunidades (70%) para a implementação de iniciativas de inteligência urbana está nas cidades que anualmente gastam 900 mil euros (um milhão de dólares) ou menos. Este mercado é, para a consultora, “uma excelente oportunidade para os fornecedores de soluções de smart cities capazes de tomar partido da experiência adquirida em projectos maiores”, que assim poderão “oferecer iniciativas acessíveis para cidades de tamanho pequeno e médio”.

Para os próximos cinco anos, o relatório da IDC prevê que os sectores com maior crescimento de investimento sejam os da comunicação veículo-para-tudo (em inglês, vehicle-to-everything – V2X) , digital twin, conceito relacionado com a replicação de processos, sistemas ou dispositivos, e officer wearables, que diz respeito a dispositivos vestíveis para agentes de segurança pública.

Singapura deverá voltar a ser a cidade com mais investimento em inteligência urbana, seguindo-se Tóquio, que acolherá os Jogos Olímpicos de 2020, Nova Iorque e Londres. No seu conjunto, as quatro cidades deverão investir mais de 900 milhões de euros (mil milhões de dólares).

O relatório Worldwide Smart Cities Spending Guide, elaborado pela norte-americana International Data Corporation, quantifica as oportunidades de investimento em iniciativas de smart cities a nível global e regional e fornece dados relativos ao investimento realizado por 207 cidades de todo o mundo, oferecendo previsões para os próximos cinco anos.