A Dinamarca, a Estónia e Singapura apresentam-se como líderes da classificação do governo digital entre os 193 Estados-membros das Nações Unidas, destacando-se na qualidade e tipo de serviços online que prestam, no estado das infraestruturas de telecomunicações e na capacidade humana, de acordo com os resultados do mais recente estudo da ONU sobre Governo Eletrónico.

Segundo esta avaliação, Portugal melhorou o seu desempenho nesta área, comparativamente com os resultados de 2022, passando de uma pontuação de 0.82 para 0.84 no Índice de Desenvolvimento do Governo Eletrónico deste ano.

A edição de 2024 do “United Nations E-Government Survey – Accelerating Digital Transformation for Sustainable Development”, apresentada ontem, dia 17 de setembro, contou com o importante contributo da Universidade das Nações Unidas – Unidade Operacional em Governação Eletrónica (UNU-EGOV), sediada em Guimarães, na avaliação do desempenho digital da administração pública ao nível local.

UNU-EGOV, em parceria com o Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas (UN DESA), desenvolveu a metodologia do Índice de Serviços Locais em Linha (LOSI – Local Online Services Index), concebida para avaliar e melhorar os portais da administração pública local, e procedeu à sua aplicação à maior cidade de cada um dos 193 Estados-membros. Os resultados dessa avaliação integram o relatório do Estudo sobre Governo Eletrónico hoje apresentado.

“Esta parceria, que começou em 2018, é fundamental para percebermos como os serviços públicos locais estão a acompanhar os esforços de transformação digital dos governos dos países. A avaliação é crucial para reduzir as assimetrias no desenvolvimento digital entre cidades e entre diferentes níveis de governação”, destaca Delfina Soares, diretora da UNU-EGOV.

As cidades de Talin (Estónia), Madrid (Espanha), Riade (Arábia Saudita), Copenhaga (Dinamarca), Dubai (Emirados Árabes Unidos), Nova Iorque (Estados Unidos), Istambul (Turquia), Berlim (Alemanha), Seul (República da Coreia) e Singapura (Singapura) ocupam o top 10 do ranking.

A cidade de Lisboa posicionou-se no lugar 45 da tabela, entre as cidades analisadas.

“De uma maneira geral há uma melhoria da prestação de serviços públicos digitais nos últimos dois anos, sendo que as cidades mais populosas são as que apresentam melhor desempenho”, revela Delfina Soares.

Refira-se que a UNU-EGOV tem contribuído fortemente para o desenvolvimento da Rede LOSI – Rede do Índice de Serviços Locais em Linha (LOSI), coordenando e apoiando tecnicamente investigadores e entidades de diferentes países na aplicação do LOSI nos seus contextos locais, e desenvolvendo atividades de capacitação e disseminação de ferramentas digitais. A Rede LOSI tem vindo a expandir-se para múltiplas regiões, incluindo já países como Brasil, Grécia, Jordânia, Palestina, Índia e Uzbequistão.

A responsável acrescenta que na próxima Conferência ICEGOV será efetuada a apresentação oficial dos resultados deste estudo para a região de África, seguida de um workshop de reflexão com o intuito de iniciar o processo de preparação da aplicação do LOSI na próxima edição do Estudo da ONU sobre Governação Digital – LOSI 2026.

Promovida pela UNU-EGOV, a ICEGOV é uma das mais importantes conferências internacionais na área da governação digital, reunindo alguns dos mais reputados académicos e profissionais de todo o mundo, e que este ano decorrerá em Pretória, África do Sul, entre 1 e 4 de outubro.

Transformação digital acelera mas fosso digital mostra necessidade de um novo modelo para impulsionar o uso de tecnologias nos governos

Apesar das crises globais que se cruzaram e agravaram nos últimos anos, os países e regiões de todo o mundo aceleraram o seu compromisso com as estratégias de governação digital, de acordo com a edição de 2024 do Estudo da ONU sobre Governo Digital, publicado pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais.

Logo após a Dinamarca, a Estónia e Singapura, o ranking dos países mais bem classificados na performance digital posiciona a República da Coreia, a Islândia, a Arábia Saudita, Reino Unido da Grã-Bretanha, Irlanda do Norte, Austrália, Finlândia, Países Baixos, Emirados Árabes Unidos, Alemanha, Japão, Suécia, Noruega, Nova Zelândia, Espanha e Barém.

Entre os líderes regionais estão África do Sul (África), Estados Unidos (América), Singapura (Ásia), Dinamarca (Europa) e Austrália (Oceânia).

O estudo mostra que foram dados passos significativos na governação digital, impulsionados por investimentos em infraestruturas resilientes e tecnologias de ponta como a inteligência artificial, a computação em nuvem e a banda larga. No entanto, apesar de a transformação digital ter desencadeado inovação e o crescimento, particularmente no sector privado, muitos países ainda enfrentam obstáculos para aproveitar plenamente estes avanços para melhorar os serviços públicos e a participação, componentes essenciais para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O texto acima é da responsabilidade da entidade em questão, com as devidas adaptações.