Os resultados da edição de 2022 do “Estudo da Economia e da Sociedade Digital em Portugal” acabam de ser anunciados pela ACEPI/.PT/IDC, destacando-se que, por um lado, há mais portugueses a utilizar a internet no seu dia-a-dia, com mais regularidade e de forma mais sofisticada, e, por outro, há mais empresas com presença na internet, sendo que a transformação digital é cada vez mais uma prioridade das organizações. No entanto, um dos maiores desafios para as organizações é a escassez de talento.

A utilização da Internet continuou a crescer ao longo dos últimos anos – impulsionada pela pandemia e, em 2021, a penetração atingiu 83% da população. Em 2026, a percentagem da população portuguesa que utiliza a Internet ultrapassará os 94%, continuando a convergência com a média europeia.

A Internet veio permitir um acesso a informação, serviços e produtos, que de outra forma não seria possível, o que tem provocado uma alteração profunda nos hábitos dos consumidores, nomeadamente na utilização de plataformas de comunicação via internet, redes sociais e na relação com a administração pública, serviços financeiros, saúde e educação.

O número de compradores online em Portugal cresceu significativamente durante a pandemia, situando-se nos 52% em 2021. O estudo da ACEPI/IDC/.PT, que se realiza desde 2009, prevê um crescimento de 4 pontos percentuais em 2022, e estima que em 2026 mais de 70% dos portugueses faça compras online.

Para as empresas, qualquer que seja a sua dimensão, o atual “novo normal” obriga não só a uma presença online efetiva, mas também qualificada constantemente pelo consumidor, de forma a estabelecer e manter relacionamentos competitivos com o mercado, onde o digital e o físico estarão obrigatoriamente mais integrados, utilizando uma componente logística cada vez mais tecnológica e eficiente.

Destacam-se de seguida alguns dos principais resultados apresentados neste estudo:

Conectividade e competências digitais:

  • Portugal aproxima-se da média da União Europeia (EU) no número de lares com acesso à Internet. 87% das famílias já têm acesso.
  • Portugal ultrapassou a média da UE em lares com banda larga fixa, nomeadamente de altas velocidades.
  • O Smartphone é o equipamento com acesso à Internet mais vendido em Portugal.
  • Portugal com competências digitais, básicas e avançadas, superiores à média da EU.
  • O número de empregados especialistas em Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) ultrapassou a média da UE com destaque para a percentagem de mulheres.

Consumidor digital: Utilização e atividades na internet:

  • Quase todas as regiões estão perto da média nacional, ou seja 83% de utilização da Internet, tendo Lisboa uma penetração superior.
  • As atividades mais realizadas online são ver/enviar mensagens instantâneas, o email e a pesquisa de produtos ou serviços.
  • Portugal com utilização de redes sociais acima da média da UE. A principal plataforma de redes sociais é o Facebook, seguido do Instagram e Youtube.
  • Cerca de 59% dos utilizadores de Internet, interagem com a administração pública por este meio.
  • 42% da população portuguesa utiliza o MB WAY. Houve um crescimento de 100% face a 2019.
  • Mais de 20% dos utilizadores de Internet portugueses já utiliza a Internet, no contexto dos serviços de saúde.
  • Verifica-se um aumento significativo da utilização da Internet para a educação desde 2019, impulsionado pela alteração de hábitos derivados do covid-19.

Consumidor digital: Comércio eletrónico:

  • Compradores online em Portugal aumentaram significativamente durante a pandemia (em 2020 e 2021). Crescimento generalizado nas várias regiões de Portugal.
  • 13% dos portugueses fizeram compras online mais de 5 vezes nos últimos 3 meses.
  • A categoria mais comprada continua a ser “Roupa, calçado e acessórios”. Crescimento significativo nas “refeições entregues ao domicílio ou levantamento em loja”.
  • O local de entrega mais solicitado pelos compradores é o domicílio.
  • A facilidade de compra e a flexibilidade de horários são as principais razões para a compra online.
  • 65% dos compradores gastaram até 300€ online, considerando as compras dos últimos 3 meses.

Empresa digital: Presença na Internet:

  • 62% das empresas em Portugal têm presença na Internet. A quase totalidade das grandes empresas já está na Internet.
  • Portugal acima da média da EU, com 58% de empresas que utilizam as redes sociais.
  • Mais de 1,5 milhões de domínios .pt registados.
  • Empresas optam pelo domínio .pt devido aos conteúdos e marca estarem identificados com Portugal.
  • Das empresas inqueridas no estudo, 97% afirmou possuir um domínio próprio e 90% referiu ter um ou mais websites com domínio próprio.
  • 87% das empresas inqueridas tem uma página da marca em canais sociais (Facebook, Instagram, Youtube, etc.).
  • Mais de um terço das empresas inqueridas tem presença em marketplaces de serviços (Google Maps, TripAdvisor, Uber Eats, etc.).

Empresa digital: Comércio eletrónico:

  • Grandes e médias empresas portuguesas apresentam uma maior taxa de ecommerce do que a média da UE.
  • As práticas de marketing mais utilizadas são: Email marketing, SEO e Publicidade em redes sociais.
  • Mais de 91 mil empresas enviaram e receberam faturas eletrónicas em 2021. Prevê-se em 2022 um crescimento da fatura eletrónica entre 15% a 25% relativamente a 2021.

Empresa digital: Transformação digital:

  • Inteligência Artificial e Robótica são mais utilizados pelas empresas portuguesas do que pela média da UE.
  • Vender produtos/serviços as-a-service, é um novo modelo de negócio que está na agenda de muitas empresas.
  • Automatização é uma das principais prioridades das empresas em relação a tecnologias digitais.
  • 58% dos inquiridos do estudo indica que o seu investimento tecnológico para 2023 “Vai aumentar”.
  • A escassez de talento é uma das principais preocupações das empresas no contexto da transformação digital.

Valores do comércio eletrónico:

  • Estima-se que o comércio eletrónico B2C (i.e. o valor comprado online pelos portugueses) atinja mais de 8 mil milhões em 2022 e o comércio eletrónico B2B (i.e. que as empresas portuguesas venderam a outras empresas e ao Estado) cerca de 121 mil milhões.

O texto acima é da responsabilidade da entidade em questão, com as devidas adaptações.