Muito se discute sobre o fim da escola tal como a conhecemos, com quadros de giz, cadernos e canetas. Mas se olharmos para trás, um longo caminho foi já percorrido e, com a entrada na era digital, é natural que a evolução continue. No entanto, isso não quer dizer que a visão que se quer dar da escola do futuro – com a substituição de cadernos por tablets, de quadros por painéis interativos ou de livros por acesso à internet – seja assim tão simples.

E aqui chegamos à questão fundamental: o que é a escola do futuro? Eu prefiro dizer o que não é, para aprendermos realmente que caminho devemos seguir:

  • Construir uma escola digital não é equipar os alunos com computadores e outros dispositivos tecnológicos de apoio ou dar-lhes acesso a internet. É, antes, criar um espaço moderno em que se coloca a inovação ao serviço da aprendizagem, com avaliação do retorno;
  • A escola digital não é deixar tudo como está, complementando-se o ensino com tecnologia. É, antes, adaptar espaços para receber infraestrutura tecnológica avançada e começar a desenhar escolas que se adaptem aos novos tempos e que possam receber infraestrutura de suporte (routingswitching, segurança de periferia – firewall –, WiFi e aplicações baseadas em Cloud para ensino), além de mobiliário especializado, equipamentos e dispositivos como quadros/mesas interativos e colaboração assim como controlo de acessos, aplicação de gestão e torniquetes;
  • Da escola digital não faz parte oferecer acesso indiscriminado à internet e a informação. Promove-se, antes, o acesso necessário à internet para que os alunos realizem as suas atividades, garantindo que chegam aos conteúdos corretos para uma aprendizagem rigorosa das matérias em estudo, gerando-se daí relatórios de atividade de cada aluno (time on task e ferramentas utilizadas);
  • Na escola digital, não se trata de promover o ensino à distância. Pretende-se, sim, garantir o acesso a conteúdos pré-criados e a comunidades de professores via browser, bem como ter plataformas especialmente adaptadas ao ensino à distância (com indicação instantânea da presença do aluno) e a ensino para necessidades específicas, por exemplo centrado em grupos de trabalho ou em alunos com necessidades específicas, permitindo a medição da performance do aluno e da turma;
  • A escola digital não é uma resposta da educação à transformação digital. É, antes, uma forma de tirar partido da digitalização com um modelo de aprendizagem centrado no aluno e tem como principais benefícios a flexibilidade, sustentabilidade e escalabilidade. Mais ainda, quando se trata de soluções abertas, garantindo simplicidade de utilização para um ambiente de aprendizagem mais democrático e interativo.
  • O ensino apresenta hoje diversos desafios, especialmente perante uma geração Z, completamente adaptada à era digital. A sala de aula quer-se, por isso, com poder de estimular e facilitar a aprendizagem, disponibilizando novas ferramentas tanto a alunos como a professores.