Promover a mobilidade elétrica e sustentável nas zonas rurais e remotas é a missão do RuralMed Mobility, um projeto europeu que junta 13 parceiros de oito países europeus, entre eles a Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) e a AREANATejo – Agência Regional de Energia e Ambiente do Norte Alentejano e Tejo.
Financiado pelo programa Interreg EURO-MED (destinado à cooperação transnacional do espaço Euro-Mediterrânico), o consórcio vai apoiar o desenvolvimento de redes piloto de postos de carregamento de veículos elétricos, bem com a implementação de soluções de mobilidade elétrica, estudos de viabilidade de aproveitamento de produção fotovoltaica e diversas ações de sensibilização e capacitação da população. Como resultado, espera-se ajudar a reduzir o número de emissões de CO2 em 69 regiões europeias, pertencentes a Portugal, Espanha, Itália, Eslovénia, Croácia, Bósnia, Grécia e Bulgária. Objetivo: “promover uma sociedade resiliente e com impacto neutro no clima para benefício dos seus cidadãos, apoiando as autoridades locais na adoção de estratégias eficazes”.
No caso português, o Alto Alentejo vai receber várias ações específicas, como explicou à Smart Cities o diretor técnico da AREANATejo, Diamantino Conceição: “Por exemplo, está previsto um estudo sobre a viabilidade da eletrificação da frota automóvel da comunidade intermunicipal e dos próprios municípios, o que incluirá certamente uma substituição dos atuais veículos”. Além disso, a agência “irá ainda trabalhar uma componente de software, através do desenvolvimento de esquemas de mobilidade elétrica partilhada, que poderão trazer à região um serviço público de transporte elétrico a pedido”, acrescentou o responsável da agência de energia.
Para ele, projetos como este são fundamentais para acelerar a transição ambiental e energética em zonas rurais e nos territórios de baixa densidade populacional, “onde os desafios associados à eletrificação da mobilidade são ainda maiores, a começar pela própria viabilidade económica e financeira dos projetos”. Também por isso defende que “os municípios, e no nosso caso, as comunidades intermunicipais, exercem um papel importante, pelo exemplo que podem dar aos cidadãos”.
Com um orçamento a rondar os 180 mil euros, o projeto RuralMed Mobility terá a duração de 33 meses e começou agora a dar os primeiros passos. Numa primeira fase, os diferentes parceiros vão identificar boas práticas e fazer um levantamento da realidade local e regional, para depois se dar seguimento ao calendário de ações aprovadas e financiadas pelo programa Interreg.