A multinacional espanhola Acciona entrou oficialmente no mercado dos motociclos partilhados em Lisboa, em concorrência directa com o já estabelecido operador eCooltra. Para já, são 300 motociclos espalhados pelas ruas da cidade, mais potentes do que os da empresa concorrente, mas, em Julho, este número deverá aumentar para 600. Na sessão de apresentação esteve presente Miguel Gaspar, vereador da Mobilidade da câmara municipal de Lisboa (CML), que aproveitou a ocasião para apresentar novos dados de Lisboa sobre a adopção de meios de transporte alternativos ao veículo automóvel.

Para já, 300, em Julho, 600. Os motociclos do sistema de partilha colocados nas ruas de Lisboa pela espanhola Acciona vão permitir alternar entre um modo orientado para a condução urbana – com a velocidade automaticamente condicionada a 50 quilómetros por hora, o limite dentro das localidades – e um modo custom, capaz de atingir os 80 quilómetros por hora, permitindo circular em artérias como a Segunda Circular, em Lisboa, com um limite de velocidade superior. Estes motociclos são também maiores do que os seus concorrentes. Já em circulação pelas ruas de Lisboa, têm uma autonomia anunciada de 110 quilómetros.

Presente na sessão de apresentação do sistema de partilha de motociclos, o director de operações de novos negócios da marca, Ramón Piñeiro, anunciou a duplicação do número de motociclos “em dois meses” e acredita que cada um dos veículos de duas rodas introduzidos pelo sistema é capaz de retirar “dois carros” das estradas da cidade. O serviço da empresa espanhola conta, em Lisboa, com uma equipa que assegura a logística e a troca das baterias, não sendo necessária a recolha dos motociclos.

O preço de utilização destes veículos está fixado nos 26 cêntimos por minuto, quando está accionado o modo que limita a velocidade a 50 quilómetros por hora – o mesmo preço praticado pelo sistema eCooltra -, e nos 28 cêntimos por minuto, quando o utilizador opta pelo modo custom. O registo para utilização dos motociclos requer a validação de dados e documentos pessoais e pode ser efectuado através da aplicação móvel do sistema ou do sítio web.

Também presente na sessão de apresentação, o vereador da autarquia lisboeta, Miguel Gaspar, declarou o apoio da câmara a todas as iniciativas que promovam a partilha de veículos e contribuam para a diminuição do número de automóveis dentro da cidade, mas alerta para os “abusos” praticados por estes veículos, deixando claro que “as motas não podem estacionar em cima dos passeios”, nem perturbar a circulação pedonal. Segundo o responsável autárquico, em Lisboa, há hoje “mais de 500 carros por cada mil habitantes”, uma realidade que a cidade “não aguenta”. Miguel Gaspar anunciou ainda a criação, a curto prazo, de mais 800 lugares de estacionamento exclusivamente dedicados a motociclos.

O vereador com o pelouro da mobilidade, revelou números animadores para a cidade de Lisboa: hoje, “mais de 20 mil” pessoas deslocam-se diariamente com recurso aos modos suaves, ou seja, a pé, com recurso à bicicleta e, também, com recurso a trotinetas. Serão, “mais ou menos, 2%” do total das viagens dentro da cidade realizadas assim.

A entrada no jogo dos veículos partilhados da Acciona em Portugal foi oficializada com uma apresentação numa unidade hoteleira do centro da cidade de Lisboa, que, para além da presença do vereador da CML, contou com a presença de representantes da marca espanhola.

A multinacional espanhola de gestão de infra-estruturas e energias renováveis tem o seu sistema de partilha de motociclos implementado em outras cidades espanholas, como Madrid, Sevilha ou Valência.