Os participantes no SMART PORTUGAL Webinar sobre a situação do turismo acreditam que o sector vai retomar a atividade, mas em estritas condições de segurança, para gerar confiança nos consumidores. E que a tecnologia terá um papel a desempenhar na gestão do pós-pandemia.
“Temos de ser considerados um destino [turístico] extraordinariamente responsável e seguro, do ponto de vista sanitário”, para que o sector do turismo possa retomar a atividade, a médio prazo, após o levantamento gradual das restrições impostas pelo combate à pandemia de Covid-19, defende o presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros. Esta perceção começa a ser construída agora, com as medidas adotadas e com a preparação da reabertura da economia. “Temos de ser considerados o santuário da sanidade, porque vai ser importante ser um exemplo, quando a retoma vier”, acrescenta.
Francisco Calheiros falava durante o SMART PORTUGAL Webinar, que decorreu esta quarta feira, 22 de abril, tendo por tema “Turismo inteligente: e depois da pandemia?”, numa organização da NOVA Cidade – Urban Analytics Lab, o laboratório de inteligência urbana da NOVA Information Management School (NOVA IMS).
O webinar contou, também, como convidados, com o Presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, e com o Presidente Executivo da Ubiwhere, Nuno Ribeiro, além dos participantes residentes António Almeida Henriques, Presidente da Câmara Municipal de Viseu e Vice-Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, onde coordena a Secção de Municípios “Cidades Inteligentes”, e Miguel de Castro Neto, Subdiretor da NOVA IMS e Coordenador da NOVA Cidade – Urban Analytics Lab.

António Almeida Henriques referiu a importância do sector do turismo na economia, que em cinco anos mais do que triplicou o número de dormidas, para cerca de 350 mil, e registava taxas de crescimento da ordem dos 13%, antes de sofrer o que Miguel de Castro Neto refere como “impacto brutal”, “incalculável, no curto prazo”, da pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2.
No entanto, Almeida Henriques considera que, apesar da violência da provação criada pela pandemia, o turismo português continua a ter condições para recuperar. “Portugal é uma boa marca, do ponto de vista do turismo interno, mas também internacional”, afirmou, acrescentando que se trata de um “bom ponto de partida” para a recuperação. “As competências continuam cá”, asseverou.
O presidente do Turismo de Portugal concorda, sublinhando que “os recursos de Portugal estão cá” e que o objetivo tem de ser manter a capacidade para responder à procura, depois da pandemia. “Temos de estar na linha da frente quando derem o sinal de partida [para a retoma] e com o motor a trabalhar”, disse.
Luís Araújo aponta que a recuperação passa, claro, por continuar a existir oferta, mas também pelas conectividades, “porque tem de haver voos”, e pela análise dos mercados, que não vão retomar todos ao mesmo tempo. O foco inicial será o mercado interno, que é responsável por quase 35% das dormidas, sustenta Luís Araújo, seguindo-se Espanha, que Almeida Henriques considera como o “mercado interno alargado”, especialmente para o interior português.
Para que tal aconteça, a confiança é fundamental, mas também a criatividade para a reinvenção do sector, que passa, por exemplo, pelo tratamento da informação existente, pela promoção direta através de canais digitais e pela criação de redes colaborativas na oferta turística.
E, aqui, entra a tecnologia, que, como refere Nuno Ribeiro, permite ajudar a criar as condições para concretizar a perceção de segurança necessária à confiança de quem visita Portugal, traduzindo-se na gestão dos acessos, na vigilância para que se evite a aglomeração e pessoas, na análise de indícios de doença, no próprio apoio para tornar a experiência mais segura, através, por exemplo, de assistentes virtuais e de check-in automático.
Miguel de Castro Neto terminou, salientando a importância que as redes colaborativas terão neste futuro próximo. É essencial mapear e conhecer melhor a realidade, usando a tecnologia para “comunicar a experiência insubstituível que é visitar o nosso território.”
Os SMART PORTUGAL Webinars são eventos semanais, temáticos, que decorrem todas as quartas feiras, com acesso livre pela plataforma Zoom ou pela página da NOVA Cidade na rede social Facebook.
A revista Smart Cities é media partner oficial da iniciativa.
O texto acima é da responsabilidade da entidade em questão, com as devidas adaptações.