A mobilidade é uma das principais preocupações dos centros urbanos e dos seus habitantes. O mais recente estudo do EasyPark Group revela que mais de metade dos condutores portugueses consideram que o estacionamento é um problema para a circulação dentro das cidades, ao qual acresce ainda a escassez de transportes públicos que possam ajudar a eliminar algumas dificuldades que o congestionamento e o trânsito podem trazer.
Estes constrangimentos trazem trânsito mais intenso para as cidades e colocou na ordem do dia quer o impacto ambiental que este acarreta, quer a necessidade de encontrar alternativas, como são os veículos elétricos e os seus pontos de carregamento. A tecnologia poderá ser um aliado importante para encontrar melhores soluções que tornem as cidades mais habitáveis.
A forma mais eficaz de decidir os próximos passos será com a ajuda da tecnologia, e não apenas com a implementação de tecnologia, mas com toda a informação que a sua implementação permite recolher, tratar e acionar para o futuro. Os dados e informações ajudam as cidades a tomar decisões informadas sobre o ecossistema de estacionamento, gestão do tráfego e, até contribuir para o desenvolvimento urbano mais sustentável.
Mas os constrangimentos para as cidades são particulares de cada cidade, e tal exige medidas adequadas a cada centro urbano. Tomemos por exemplo cidades como Paris, Roma ou Londres onde a dimensão cada vez maior dos veículos que circulam nas cidades se tornou mais relevante: veículos maiores ocupam mais espaço de estacionamento e tal leva, na verdade, à redução de lugares de estacionamento, assim, considera-se já importante aplicar taxas de estacionamento adequadas à dimensão da viatura. Esta conclusão só foi possível com a recolha de dados sobre os condutores, veículos e estacionamento específicos destes centros urbanos.

Estas e outras informações que as aplicações podem aportar para os decisores, são fundamentais quer para projetar cidades em que a mobilidade é um elemento diferenciador, como também trazer aos utilizadores e condutores as soluções que se adaptam às suas necessidades. Desde melhorias nas vias de trânsito, nos sentidos das ruas, no aumento dos lugares de estacionamento em zonas estratégias, construção de parques cobertos, até à implementação de ferramentas tecnológicas que permitam gerir o estacionamento individual ou das empresas de forma mais rápida, como são os parquímetros que permitem o pagamento por multibanco, a identificação de matrículas ou o pagamento e gestão de estacionamento em aplicações.
Contudo, esta aquisição ou recolha de dados, assim como o seu tratamento e, posterior, acionamento para o futuro tem que partir de uma fundação que só é possível com a colaboração de todos. As cidades não estão, ainda, num ponto em que consigam recolher os dados por si mesmos. É com a ajuda dos provedores de soluções, como são as aplicações de estacionamento, e com o know-how que estes detêm que será possível construir uma plataforma de dados acionáveis. A possibilidade de recolher dados de diferentes fontes, numa lógica de open market com múltiplas aplicações, ou até mesmo dados de utilização de parquímetros, são fundamentais. Desde os municípios que disponibilizam apenas pagamentos tradicionais como moedas, alguns têm ao seu dispor diferentes aplicações, sejam algumas de cariz local, nacional ou internacional, a informação que advém destas diferentes plataformas é importante. Nestas circunstâncias a concorrência entre os diferentes operadores é importante e deve estar ao serviço do futuro de cidades mais habitáveis e com serviços de maior qualidade. A existência de diferentes apps não apenas permite aumentar a quantidade e qualidade de dados recolhidos, como também permite às cidades captar mais utilizadores, uma vez que cada aplicação tem clientes diferentes que poderão, com um mercado aberto de múltiplas aplicações, escolher qual a sua favorita, de acordo com as suas necessidades no momento e as funcionalidades que cada uma oferece por si mesma. Esta conjuntura permite recolher dados para um melhor conhecimento do ecossistema de estacionamento.
A tecnologia recolhe diariamente dados que, quando analisados e compreendidos, permitem tomar decisões mais informadas e que, efetivamente, melhoram o estacionamento. Sabermos onde há maior pressão na procura de estacionamento, mais estacionamentos de longa ou de curta duração, mais procura do que oferta, são apenas alguns dos exemplos da riqueza de dados que podemos recolher, analisar e transformar em melhorias significativas para os condutores, seja pela criação de mais lugares de estacionamento, o seu recondicionamento para residentes, entre outros. Todos os dados e informações recolhidas são acionáveis. Não apenas para compreender a dimensão do ecossistema, mas para o melhorar em si mesmo. Exemplo disso é a cidade de Heidelberg, na Alemanha, onde a análise detalhada da ocupação de estacionamento permitiu perspetivar quais as medidas mais adequadas para a cidade especificamente como a inclusão de bairros adjacentes ao centro urbano como elementos a considerar no ecossistema de estacionamento.
Em Portugal, por exemplo, o EasyPark Group consegue já projetar recolher dados sobre não apenas as alturas em que algumas zonas sofrem mais pressão, como é o caso do Algarve no período do verão, como também a origem dos condutores, dentro de todo o sistema EasyPark. Estes dados, com o alargamento da presença da EasyPark em cidades como Faro e Lagos onde a pressão turística se faz sentir de forma bastante forte ao longo da época estival, poderão permitir não apenas adequar a disponibilidade de estacionamento, como também criar soluções que sejam indicadas para os seus visitantes, sejam eles portugueses, espanhóis ou, até, Suecos. De facto os países de origem dos condutores que mais visitam Portugal são a Espanha, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, por ordem decrescente. Para além deste top cinco de países, foram registadas em Portugal transações de condutores de mais 78 nacionalidades diferentes. O estacionamento é, efetivamente, internacional, e essa informação é importantíssima para os municípios.
Estes dados que a tecnologia recolhe são, assim, fundamentais para a melhoria das próprias cidades. Conscientes de quais as zonas com maior pressão de trânsito e estacionamento, permite criar alternativas mais sustentáveis com, por exemplo, reforço dos transportes públicos que liguem zonas mais centrais com outras áreas mais periféricas onde é possível estacionar. Assim, não apenas se contribui para um maior alívio da pressão no trânsito, como se contribui para a redução da emissão de Co2 para a atmosfera. As últimas estimativas revelam que os condutores passam, em média e ao longo da sua vida, 2500 horas ao volante, o que representa 50 milhões de toneladas de CO2 emitido para a atmosfera – informações estas referentes apenas à Europa –, dos quais 30% estão associados ao trânsito para encontrar estacionamento. Uma melhor e mais informada gestão do ecossistema de estacionamento pode melhorar significativamente esta situação, retirar a pressão dos centros urbanos e tornar as cidades mais habitáveis e menos poluídas.
Porém estas soluções não são iguais para todas as cidades portuguesas, da Europa ou do mundo. Como referido anteriormente, a pressão que o trânsito exerce sobre os centros urbanos, sejam eles de grandes ou pequenas dimensões, está associada exatamente à densidade populacional. As decisões que são tomadas para cada cidade ou centro urbano dependem do seu próprio ecossistema. Conhecê-lo e melhorá-lo só é possível com a recolha de informação e de dados acionáveis.
A mobilidade é uma preocupação que, com o aumento populacional, irá crescer, mas a sua melhoria dependerá muito da possibilidade de desenvolver soluções que sejam integradas entre todos os atores do ecossistema do estacionamento. A tecnologia é uma ferramenta que está ao serviço dos condutores na gestão do seu estacionamento, mas está também ao serviço das entidades que regulam o ecossistema de forma a melhorá-lo e a tornar as cidades mais habitáveis e amigas dos condutores.
O texto acima é da responsabilidade da entidade em questão, com as devidas adaptações.