O ISTAR-IUL está a preparar a Summer School 2019 que terá como tema IoT for Smart Cities e se realizará entre os dias 24 e 28 de Junho, no ISCTE-IUL em Lisboa.

A Summer School contará com palestras de convidados exteriores de diversas áreas do saber que atuam na convergência das temáticas em causa e ainda com uma série se sessões de hands-on. Pretende-se nesta Summer School fornecer bases aos participantes sobre paradigmas emergentes de computação, tecnologias, serviços e modelos de negócio associados à Internet of Things e às Smart Cities.

Entre os destaques, está a apresentação do projeto de regeneração urbana Remourban, que está a introduzir a “internet das coisas”, tecnologias limpas e novos modelos de negócios nas cidades em que intervém pela Europa. Ao ficarem inteligentes, as áreas urbanas desenvolvem-se economicamente e melhoram a qualidade de vida dos cidadãos.

A apresentação do projeto Remourban está a cargo do seu coordenador, Miguel Ângel Fuentes. Juan M. Navarro (da Universidade Católica San António, em Murcia) e Kinda Al-Sayed (da University College London) são outros dos conferencistas convidados. “Será uma oportunidade excelente para ouvir quem está no terreno a trabalhar com paradigmas emergentes de computação, com tecnologias, serviços e modelos de negócio associados à internet das coisas [IoT] e às cidades inteligentes”, afirma Sara Eloy, diretora do ISTAR. “Pretendemos destacar as melhores práticas e contribuir para a implementação e replicação de soluções para o desenvolvimento de mais cidades inteligentes, desde logo em Portugal”. Além do painel de conferências também serão disponibilizadas sessões práticas de laboratório.

Remourban: cidades que se tornaram inteligentes já estão a poupar  50 % de energia

Três cidades europeias – Nottingham (Reino Unido), Tepebasi/Eskisehir (Turquia) e Valladolid (Espanha) – começaram a tornar-se “smart cities” e os resultados surgiram logo: a fatura de energia baixou para metade e os níveis de CO2 diminuíram 80%. A transformação destas cidades fez-se no âmbito do Remourban – Regeneration Model for Accelerating the Smart Urban Transformation, um projeto europeu financiado pelo Horizonte 2020 cujo coordenador, o espanhol Miguel Ângel Fuentes, irá participar na conferência “IoT for Smart Cities”, que vai decorrer entre 24 a 28 de junho no ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa (ver Programa em anexo).

“O Remourban é um projeto holístico de ações nos setores de energia, dos transportes e das tecnologias de informação e comunicação [TIC] através de um modelo de regeneração urbana”, afirma Miguel Ângel Fuentes, que também é investigador no centro tecnológico Cartif, em Valladolid. “Este projeto é totalmente replicável noutras cidades e pretende demonstrar como estas  podem ser transformadas em ambientes mais inteligentes e sustentáveis para os seus cidadãos”.

Desde 2015, em Nottingham, em Tepebasi e em Eskisehir, e em Valladolid já foram adaptados mais de 900 apartamentos para aumentar a eficiência energética através de um sistema de monitorização em tempo real. Ao mesmo tempo apoiou-se a aquisição pelos habitantes de quase 200 veículos elétricos, tendo-se multiplicado pela malha urbana os pontos de recarga. Para além de diminuir o consumo de energia, os objetivos são melhorar todos os transportes, reduzir a poluição atmosférica e desenvolver soluções de armazenamento de redes inteligentes. Todas as metas previstas estão a ser atingidas.

“A instalação de uma caldeira de biomassa e a substituição da rede de aquecimento permitiram que as residências abrangidas conseguissem reduzir o seu consumo em 50%”, afirma Miguel Ângel Fuentes. “A integração de medidas de eficiência energética e de fontes de energia renovável, como a energia solar fotovoltaica, permitiu também reduzir as emissões de CO2 em quase 80%”.

Os testes do modelo estão agora a ser replicados nas cidades de Seraing, na Bélgica, e de Miskolc, Hungria. “Depois disso vamos avançar para outras cidades europeias, nas quais pensamos incluir algumas portuguesas que estão a trabalhar o seu ecossistema através de soluções inteligentes e sustentáveis”, afirma o coordenador do Remourban. “A transformação de áreas urbanas em cidades inteligentes contribui para o progresso social, para a regeneração ambiental e para o crescimento económico dessas regiões, ao mesmo tempo que melhora a qualidade de vida dos seus cidadãos”.

ISCTE com projetos de “smart school”

O laboratório LoRaLAB – sediado no ISCTE e que resulta de uma parceria entre o ISTAR e a CISCO – lançou duas unidades-piloto de IoT que permitem recolher dados ambientais e fazer uma monitorização dos consumos de energia em tempo real.

Através da instalação de 40 sensores num projeto piloto num infantário foram geradas leituras de dados que apontaram alguns desvios energéticos. “A identificação de gradientes de temperaturas no interior e exterior dos edifícios indicou-nos janelas abertas durante a noite e luzes acesas sem a presença humana”, afirma o professor João Ferreira. “Esta monitorização no centro de processamento de dados permitiu otimizar as temperaturas, regular horários de funcionamento dos equipamentos de ar condicionado, optar por uma iluminação correta das salas e reduzir substancialmente gastos desnecessários”.

O projeto está agora numa segunda fase, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, na qual o foco é influenciar os comportamentos dos cidadãos em espaços públicos cuja fatura energética não é paga pelos consumidores. “Através de uma representação 3D num modelo BIM temos um sistema de representação de cores que permite indicar os níveis de conforto da temperatura nas salas do campus”, afirma João Ferreira, coordenador do projeto. “Ao fazer o download de uma aplicação no telemóvel, serão apresentados os níveis de temperatura ideais naquele contexto, o que influencia a ação dos utilizadores e os ajuda a ter comportamentos mais sustentáveis”.

As inscrições encontram-se abertas.

 

O texto acima é da responsabilidade da organização do evento, com as devidas adaptações.