Com um impacto “equivalente” a de mais de 700 árvores, o museu Guggenheim da cidade espanhola de Bilbao está a utilizar um revestimento nos seus painéis publicitários que “ajuda a purificar o ar”. Desenvolvido em parceria com a NASA e no âmbito do projecto europeu iSCAPE, este revestimento tem um “efeito purificador semelhante ao das árvores”.

Naquele que é anunciado como “um esforço para melhorar o ambiente”, o museu Guggenheim de Bilbao decidiu utilizar um “revestimento especial” nos seus materiais de publicidade exteriores, tornando-os em “purificadores activos do ar” através de um tratamento baseado no processo natural da fotocatálise. O produto vai ser aplicado num “grande painel publicitário” na fachada do museu, em vários cartazes distribuídos ao longo de postes de iluminação pública, em algumas das “principais ruas” do município, e nos eléctricos da cidade.

O anúncio, feito no passado dia 29 de Junho, dá conta do potencial impacto da iniciativa ao nível da purificação do ar, indicando que “poderá ser equivalente” ao de mais de 700 árvores. O revestimento a aplicar nos materiais publicitários do museu de arte moderna e contemporânea de Bilbao, denominado Pureti Print, foi desenvolvido em colaboração com a NASA, a agência aeroespacial norte-americana, e faz parte do projecto europeu iSCAPE, desenvolvido entre 2016 e 2019 com o objectivo de promover o controlo da qualidade do ar e das emissões de gases com efeito de estufa através do desenvolvimento de estratégias sustentáveis e passivas.

Para o director-geral do museu, Juan Ignacio Vidarte, esta foi “uma excelente oportunidade para avançar no compromisso do museu” com a acção climática, “possibilitando purificar o ar ao mesmo tempo que se familiariza os visitantes com a programação”.

O processo por detrás da solução desenvolvida para o revestimento dos materiais publicitários é a fotocatálise, “uma reacção química provocada pela luz solar que converte oxigénio e vapor de água em agentes de limpeza de poluentes”, casos das bactérias e do dióxido de azoto (NO2), um dos principais responsáveis pelas mortes prematuras associadas à exposição à poluição do ar. Segundo a Agência Europeia do Ambiente (AEA), a exposição aos poluentes atmosféricos terá causado a morte prematura de 412 mil pessoas no continente europeu em 2016.