As cidades podem “ir além” das actuais soluções inteligentes através da promoção da conectividade entre sistemas e isso pode levá-las a um retorno sobre o investimento de até 54 mil milhões de euros. As conclusão são do estudo Building a Hyperconnected City, que analisou 100 cidades de todo o mundo e foi desenvolvido pelo centro de reflexão norte-americano ESI ThoughtLab, com o apoio da Microsoft e da Deloitte.
Colectivamente, cidades de todo o mundo podem vir a receber investimentos na ordem dos 54 mil milhões de euros (cerca de 60 mil milhões de dólares). Para isso, os centros urbanos devem promover a “hiperconectividade” dos seus ecossistemas. Estas são conclusões do estudo Building a Hyperconnected City, levado a cabo por uma “coligação” de líderes industriais, que apontam “grandes benefícios” económicos, sociais e ambientais para as cidades que se mostrem capazes de conectar “elementos chave da sua paisagem urbana”.
Do sector dos transportes, passando pela saúde pública e segurança, as cidades podem, segundo os economistas do centro de reflexão norte-americano, vir a “usufruir” de um retorno do investimento na conectividade de até 54 mil milhões de euros, se se tornarem “plenamente hiperconectadas”, lê-se em nota lançada pelo ESI ThoughtLab.
As conclusões do estudo que juntou 100 cidades de todo o mundo foram apresentadas no Smart City Expo World Congress, o maior evento de cidades inteligentes do mundo, que teve lugar em Barcelona, entre os dias 19 e 21 de Novembro.
De acordo com o estudo e a partir das cidades analisadas, o retorno sobre o investimento (ROI) nas iniciativas de inteligência urbana encontra-se entre os 3% e os 4%. O documento conclui que, à medida que os sistemas das cidades se encontram mais conectados, o retorno cresce, podendo situar-se entre os 17,8 milhões de euros, para cidades “principiantes” na adopção de soluções tecnológicas de conectividade e os 75 milhões de euros, para as cidades líderes na “hiperconectividade”. Para além disto, lembra o ESI ThoughtLab, contam-se benefícios de nível social e ambiental, tais como redução da criminalidade, congestão, poluição e melhorias na saúde pública e nas condições de habitabilidade.
Entre as recomendações do estudo, dirigidas às cidades que procuram a “hiperconectividade”, estão a monitorização constante do desempenho, o cálculo dos benefícios da conectividade, o saber “tirar partido” dos avanços tecnológicos, a promoção da participação dos cidadãos – sobretudo de populações com maiores carências – e a geração de valor a partir da recolha e da gestão de dados.
As conclusões do estudo estão disponíveis para consulta livre on-line. A consultora Deloitte, a gigante tecnológica Microsoft, a financeira Visa ou a consultora imobiliária JLL estão entre os principais patrocinadores do estudo desenvolvido pelo ESI ThoughtLab.