Desde a criação do conceito de smart resort, em 2017, que a Infralobo, empresa pública que gere diversas infraestruturas, entre elas Vale do Lobo, no Algarve, incorpora no seu processo produtivo soluções tecnológicas para uma gestão sustentável dos recursos e uma mobilidade amiga do ambiente.
A nova visão da Infralobo EM, que reflete a Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas de Loulé, tem sido materializada, nestes últimos três anos, numa série de medidas que podem ser consideradas um modelo na gestão ambiental sustentável do concelho. Com esta estratégia, a empresa do concelho de Loulé elevou um dos mais antigos empreendimentos de luxo do país ao primeiro smart resort do mundo.
Agora, depois de quase duas décadas de investimento em infraestruturas, a visão da empresa assenta num novo paradigma, iniciado com o lançamento da plataforma Infralobo Smart Management, que foi a base de uma política de sustentabilidade ambiental. Esta mudança de paradigma tem tido um impacto direto na melhoria da qualidade ambiental desta área geográfica, conhecida pelas suas praias e campos de golfe, assim como nos padrões de vida dos seus residentes e visitantes. Após a implementação do smart resort, a Infralobo obteve em 2018 uma avaliação média de 81% de satisfação em todo o seu trabalho.
Vitor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé.
A propósito desta estratégia, o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, destaca que o município, com destaque para este smart resort, está em fase “de grande aceleração” ao encontro do futuro. “O município de Loulé começa a ser conhecido por esta abertura à inovação, um caminho que vai ser continuado, pois vamos entrar num período de grande investimento público, sobretudo de renovação de infraestruturas existentes e criação de algumas que não foram possível ainda desenvolver”. Vítor Aleixo refere mesmo que já faz parte da cultura do município “incorporar tudo aquilo é inovação tecnológica” para permitir gerir o território com maior conforto e eficiência, um dos vetores que tem pautado a sua orientação política.
Na área geográfica gerida pela Infralobo, as bases do salto tecnológico foram lançadas com a aplicação Smart Management, uma ferramenta para a gestão do território que começou a envolver os residentes e turistas na resolução de pequenos problemas diários, através do sistema de gestão de ocorrências. Até ao momento, o sistema Smart Management já permitiu resolver perto de 8.500 ocorrências, com um tempo médio de resposta, depois de reportadas, de um dia. Uma diferença considerável face ao período anterior à plataforma, em que o tempo médio de resposta rondava os 15 a 20 dias.
Na área da mobilidade, a empresa introduziu uma rede partilhada de bicicletas elétricas de última geração (smart bikes), promovendo também o uso de veículos elétricos, com a colocação de postos de carregamento.
Na área da gestão dos recursos naturais, a Infralobo abriu uma nova era, com a implementação de sistemas de telemetria e a criação de sistemas inteligentes de rega. O número de alertas para fugas de água acionados através do sistema de telemetria é expressivo: só nos primeiros quatro meses deste ano foram enviados 1.281 emails de aviso relacionados com possíveis fugas. Desde janeiro que a rega dos espaços verdes está a ser gerida e monitorizada através do Smart Irrigation System, o novo sistema inteligente de rega, que já contribuiu, também, para combater o desperdício de água, poupar energia e reduzir custos. A empresa é responsável pela gestão de 22 hectares de espaços verdes públicos, que consomem mais de 350 mil metros cúbicos de água e representam custos diretos e indiretos anuais entre 180 mil e 240 mil euros. Com esta inovação, a Infralobo estima alcançar uma poupança entre 20% a 40% nos custos da água e entre 10% a 30% em energia.
Já o Smart Waste System, criado por uma startup portuguesa, é o mais recente projeto da Infralobo na melhoria dos sistemas de gestão, neste caso, aplicado aos resíduos e higiene urbana. Esta ferramenta tecnológica possibilita uma melhor gestão da frota de recolha de resíduos, o que se traduz numa poupança real do tempo gasto nas viagens, no consumo de combustível e na diminuição do volume de poluição e ruído habitualmente associado à operação de recolha.
Mesmo tendo agora encerrado um ciclo de importantes investimentos na melhoria da operacionalização do seu sistema produtivo, a empresa não pretende ficar por aqui, havendo, igualmente, a vontade, por parte da Câmara de Loulé, de replicar este modelo noutros territórios do concelho. “ao implementar estes projetos, Loulé demonstra pioneirismo, porque estamos a falar de um conceito de gestão de território com recurso a modernas e variadíssimas tecnologias de comunicação e informação”, declara o presidente do município, Vítor Aleixo.
Carlos Manso, presidente da Infralobo.
Segundo Carlos Manso, presidente da Infralobo, apesar de estar concluído este ciclo, a empresa vai prosseguir a política de sustentabilidade ambiental que tem permitido alcançar resultados benéficos em termos de poupança de recursos, quer para a empresa, quer para o planeta. “Sentimos que a nossa pequena pegada ecológica já foi dada. O grande passo foi dado pelo presidente do município, que nos incentivou a avançar com estes projetos. Consideramos que à nossa escala local estamos a ter a nossa influência e retorno ao nível global”, considera.
Francisco Serra, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.
Já o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, Francisco Serra, não tem dúvidas em afirmar que se tratam de projetos “gigantescos” à escala da Infralobo e um “mérito fantástico”, também por mostrar “o caminho de como o fazer, noutras escalas”. Francisco Serra sublinha a importância da União Europeia no desenvolvimento das regiões, sobretudo as mais periféricas, através da comparticipação de verbas, que representam uma “capacidade muito importante de alavancar investimento privado”.
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