Os gaienses deram uma lição “magistral” de cidadania em todo o ciclo de sessões participativas do processo de revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Vila Nova de Gaia.

Uma mobilização superior a 1.600 participantes nas 24 sessões on-line realizadas de janeiro a abril, sessões ricas e intensas que duraram mais de duas horas, realizadas em circunstâncias particularmente difíceis do contexto de pandemia e em modo digital, é demonstrativa de que a escolha adequada do método pode produzir bons resultados em termos de interesse e de participação cívica.

O sucesso participativo resultou de três (mais um) cuidados: primeiro, a criação de uma plataforma digital que permitiu o diálogo e a escuta, garantindo que todos falavam e com tempo equivalente; segundo, a sugestão de começar as conversas pelas memórias coletivas e afetivas para permitir construir uma narrativa comum para o diagnóstico e recomendações; terceiro, o registo dos contributos num quadro visível a todos (ferramenta miro) e convidar um cidadão como porta-voz da reunião paralela na sessão final. O mais um foi o de devolver aos cidadãos um resumo da sessão e um mapa ilustrado de memórias.

De facto, os gaienses deram uma lição magistral de cidadania, não pela elevada participação, ainda que uma média de 50 participantes por reunião digital seja absolutamente notável, mas pelo emocionante conjunto de memórias afetivas partilhado, o assertivo retrato da realidade produzido (muito alinhado com o diagnóstico da equipa técnica do PDM) e o desafiante conjunto de sugestões para o futuro recomendado.

Este valioso contributo vai para além da elaboração do PDM. Trata-se de um exercício de empatia e de ativação da comunidade para a ação coletiva cujo valor, nestes momentos de dificuldade, é incomensurável e será, certamente, mobilizado para as novas etapas do trabalho, como referiram várias vezes, ao longo deste processo, o presidente e o vice-presidente da Câmara, Eduardo Vítor Rodrigues e Patrocínio Azevedo, respectivamente.

Na verdade, o grande envolvimento da população correspondeu ao desafio lançado pela Gaiurb e pela Câmara Municipal: «Vamos planear Gaia juntos?», enriquecendo o debate e o rol de soluções destinadas a (re)desenhar, segundo o presidente da administração da Gaiurb, António Miguel Castro, um plano de desenvolvimento de uma cidade que pretende ser mais amiga das pessoas.

Esta iniciativa contou com o apoio do Laboratório de Planeamento e Políticas Públicas da Universidade de Aveiro. A Gaiurb e a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia agradecem o envolvimento dos gaienses na difícil tarefa de avaliar/refletir o presente para melhorar e construir o futuro, até porque esse tempo ainda o podemos escrever e com participação de todos será muito mais inclusivo e sustentável. Continuem a acompanhar e a participar no Plano Diretor Municipal aqui.

O texto acima é da responsabilidade da entidade em questão, com as devidas adaptações.

 

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