O mundo como o conhecemos está a mudar. Cada vez mais as cidades são tecnológicas, fruto de uma necessidade de garantir que as muitas pessoas que nelas vivem ou passam diariamente têm ao seu serviço um conjunto de infraestruturas eficazes. Neste sentido a mobilidade é, naturalmente, um ponto-chave que tem de ser repensado.
De acordo com a ONU, em 2018, 55,3% da população mundial vivia em cidades, prevendo-se que em 2050 este valor já se situe na ordem dos 70%. Mais pessoas significa também mais desafios em termos de mobilidade, agravados pela forte tendência nas cidades para o domínio do transporte individual. Só na Área Metropolitana de Lisboa (AML), em 2017, 58,9% da população utilizava o automóvel, de acordo com um estudo da AML. Em Cascais, atualmente 66% das deslocações são feitas de automóvel, um número bastante superior ao registado na AML e, também por isso, motivo de atenção.
A utilização em massa do transporte individual apresenta constrangimentos que não podem ser ignorados: a emissão de gazes para a atmosfera (poluição); os congestionamentos de trânsito e respetivos custos (monetários e de tempo); a segurança rodoviária; o espaço, que é escasso e não suficiente para dar resposta a todos os veículos que nele circulam. Se a crescente utilização do carro elétrico resolve o primeiro aspeto, pouco faz pelos restantes problemas. É por isso que o caminho passa, em primeiro lugar, pela criação de uma consciencialização de que a utilização dos transportes coletivos deve ser a primeira escolha. Nas curtas distâncias, a mobilidade suave – bicicletas, trotinetas e a circulação pedonal – é uma opção relevante cuja utilização deve ser promovida, colocando estes meios suaves ao serviço da rede de transportes públicos.
Deste modo, torna-se absolutamente necessário investir num serviço com a máxima eficiência e mínimo prejuízo para o ambiente – no fundo, garantir que as cidades oferecem uma mobilidade sustentável. Este conceito anda de mão dada com a crescente necessidade de descarbonizar as cidades e reduzir a pegada ecológica. Não basta, por isso, oferecer uma rede completa e diversificada; é preciso garantir que essa oferta se baseia num conjunto de transportes amigos do ambiente o que, inevitavelmente, conduz à eletrificação, com um papel fundamental em assegurar uma mobilidade mais limpa, eficiente e sustentável.
Como já é habitual, Cascais tem vindo a abrir caminho nesse panorama. Quando, em 2016, a Câmara Municipal de Cascais se estabeleceu como Autoridade dos Transportes, delegando as competências para criar, desenvolver e operar o sistema de transportes à empresa municipal Cascais Próxima, o Concelho dava os primeiros passos nesse sentido. A criação do MobiCascais, sistema integrado de mobilidade de Cascais, foi uma iniciativa que só por si foi pioneira, criando um conjunto de pacotes de mobilidade que apresentam a mesma como uma integração de serviços, onde se incluem soluções elétricas e de mobilidade suave. É prova o investimento em bicicletas elétricas para o sistema de bike sharing ou a oferta de trotinetas elétricas, bem como o estabelecimento de uma parceria com a Hertz (o serviço de car sharing com carros elétricos, inicialmente com 2 postos – Cascais e Estoril – e com previsão para mais um em Carcavelos) e a introdução de um número crescente de autocarros elétricos ao serviço dos cidadãos. Medidas que refletem uma autarquia empenhada em diversificar os modos de transporte e intensificar a escolha do transporte coletivo.
O concelho de Cascais está, por isso, comprometido com a eletrificação e a descarbonização, assim todos os dias desbravamos caminho para optar por soluções mais viáveis e ambientalmente sustentáveis. Os estacionamentos do MobiCascais são tendencialmente mais amigos do ambiente, o estacionamento da Quinta da Carreira como exemplo. Este é totalmente autossustentável, com a sua iluminação assegurada por energia eólica e fotovoltaica. O número de carregadores elétricos disponibilizados pelo concelho está também em crescendo (vão mais do que multiplicar), uma vez que cada vez mais existem carros elétricos em circulação e as soluções para os carregar são reduzidas. A aposta atual em equipamentos de elevada eficiência energética, como a substituição das luminárias da via pública por luminárias LED, é mais um esforço realizado neste sentido. Já a aplicação do MobiCascais, desenvolvida pelo CEiiA, em breve integrará os seus “AYR Credits”, sistema de pontuação que visa premiar a poupança na emissão de CO2.
A busca incessante pela inovação é ainda comprovada com a disponibilização, ainda este ano, do primeiro veículo autónomo e elétrico a operar em Portugal, em fase de testes. Ou da criação de um sistema inovador que permite aos cidadãos com mobilidade reduzida saber antecipadamente a disponibilidade de lugares de estacionamento. Todo este funcionamento assegurado pelo C2 – Cascais Cockpit, o centro de controlo de Cascais que assegura a gestão e integração das várias soluções e serviços de mobilidade.
Perante isto, é inegável que Cascais é um município tecnológico. O MobiCascais, ao longo dos seus três anos de existência, tem vindo a afirmar-se no concelho como a melhor opção de mobilidade sustentável, contribuindo para minimizar o impacto dos constrangimentos causados pelo uso do automóvel particular. Certo é que ainda há muito trabalho a fazer, pelo que no futuro se avizinham planos para melhorar a oferta colocada ao serviço dos cidadãos, a par com um forte compromisso de descarbonizar ainda mais o concelho. Tudo isto para garantir um futuro mais sustentável.
O texto acima é da responsabilidade da entidade em questão.
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