Sedentarismo, isolamento psicológico, dificuldades de deslocação. São apenas alguns dos males que afectam, de forma especial, a população idosa de um concelho como o de Alfândega da Fé. Para dar resposta a estes problemas, a câmara municipal, em parceria com a Liga dos Amigos do Centro de Saúde e as juntas de freguesia locais, colocou o projecto Sorriso Sénior em marcha, apresentando como objectivos chave a promoção do envelhecimento activo e a melhoria da qualidade de vida ao nível psicomotor. A iniciativa valeu à autarquia o prémio “Município do Ano” 2016, atribuído pela UM-Cidades, plataforma criada pela Universidade do Minho.
No que consiste o Sorriso Sénior? Graças à iniciativa, os mais idosos locais passaram a dispor, de forma gratuita, de avaliações psicológicas e sessões de reabilitação motora, sensibilizando-os, também, com actividades como o desporto sénior, para a manutenção de uma vida activa e contribuindo para a sua socialização e espírito de solidariedade. Até aqui, foram já cerca de 900 os utentes avaliados e intervencionados nas áreas da psicologia, reabilitação psicomotora, enfermagem e fisioterapia.
Todo o projecto funciona de acordo com uma lógica de proximidade, assumindo uma importância basilar na aproximação das populações com maiores dificuldades de acesso aos serviços básicos. Prova disso é a Unidade Móvel de Saúde, criada para servir a população mais distanciada em relação à sede de concelho (aqui, a pensão média dos idosos ronda os 300 euros).
A lógica de proximidade do projecto é igualmente notada ao nível da participação cívica, incentivada por iniciativas recentes como o Conselho Municipal Sénior e o Orçamento Participativo Sénior, que, com um orçamento anual de dez mil euros, coloca a responsabilidade da escolha de projectos vencedores na população sénior. Para além de claros ganhos ao nível da melhoria das condições de vida da população idosa e da participação cívica, o projecto Sorriso Sénior resulta em consequências positivas para a economia local e familiar. Ao mesmo tempo, reduzem-se encargos para os agregados familiares dos idosos e é criado emprego jovem num concelho que sofre da sua própria interioridade. Também os custos públicos de operação são minorados, por tratar-se de um trabalho em rede, no qual são articuladas respostas e rentabilizados espaços e infra-estruturas (juntando IPSS, juntas de freguesia, câmara municipal e centro de saúde).