Em Oeiras, as associações desportivas são actores importantes ao nível do concelho. Localmente, são promotores de coesão social e facilitadores da prática desportiva dos oito aos 80. A autarquia reconhece este papel e promove a actividade física no município, tornando-se parceira das colectividades.

São 68 colectividades e mais de 13 mil associados, dos quais quase metade pratica desporto federado. Em Oeiras, os olhos da autarquia não se viram, só, para os clubes locais, mas torna-se difícil ignorar o facto de que as colectividades registadas no município representam, muito provavelmente, o mais importante motor da prática desportiva daquele concelho. E a sua importância não é ignorada pela câmara municipal, que tem aumentado as verbas alocadas ao associativismo desportivo e pensa já em novas estratégias de apoio aos clubes locais.

Para além de promoverem a prática da actividade física, as associações desportivas são importantes agentes de promoção de coesão social. Em Oeiras, a média de praticantes de desporto em cada clube fixava-se, em 2015, nos 240. Mas há, claro, colectividades que se destacam, não só pelo número de modalidades que oferecem, mas pelo número de praticantes e associados que têm. É o caso do Sport Algés e Dafundo, com mais de 1800 praticantes de modalidades desportivas, mas também do Clube de Carnaxide Cultura e Desporto, com mais de mil praticantes, e da Associação Desportiva de Oeiras e do Clube Desportivo de Paço de Arcos, ambos com mais de 500 praticantes.

O reconhecimento da importância dos clubes locais no concelho parece estar a materializar-se nas verbas destinadas às associações desportivas, que têm vindo a crescer ao longo dos últimos anos. O peso dos subsídios e comparticipações nas receitas das associações desportivas em Oeiras passou de 19,7%, em 2014, para 24,6%, em 2015, um aumento de aproximadamente 5%. Mais recentemente, de 2015 para 2017, o financiamento municipal para o associativismo desportivo passou, em termos absolutos, de 863 291 euros para perto de 1,3 milhões de euros.

A maior alocação de verbas municipais para as associações desportivas vem acompanhada por um conjunto de intenções que visam um apoio mais próximo e que a câmara se propõe a colocar em prática. Em cima da mesa estão medidas como a atribuição de bolsas desportivas, de modo a promover a prática desportiva entre as faixas mais desfavorecidas da população do concelho, existindo, também, a intenção de criar uma relação de maior proximidade com as colectividades locais, através do aumento do número de técnicos municipais ligados ao associativismo, a melhoria da capacidade municipal para a cedência de transportes para competições oficiais, a prestação de apoio na manutenção dos equipamentos desportivos e a promoção de medidas de eficiência energética nas instalações dos clubes.

Entre algumas das medidas mais concretas apresentadas pelo município, está a requalificação do cinema Stadium, do Sport Algés e Dafundo, com uma pretensão de dinamização que não se fica pelo âmbito desportivo, mas que extravasa, também, para o âmbito cultural.

Dados enviados pelas próprias colectividades ao município, em 2015, revelam ainda a transversalidade da prática desportiva dentro das várias faixas etárias, com 25% dos praticantes com mais de 36 anos de idade e 17% na faixa compreendida entre os 19 e os 35 anos de idade. Não se regista, contudo, paridade na distribuição por género. O género masculino domina entre os praticantes das diversas modalidades. Apenas 39% dos praticantes são do género feminino.

O município acredita que a chave para a integração do maior número de munícipes na actividade desportiva está na transformação do espaço público, devendo privilegiar-se a “disponibilidade” e a “proximidade” dos equipamentos e dos espaços que facilitam o acesso à prática da actividade física.


Desporto para além dos clubes

Fora do âmbito dos colectividades, há também programas desenvolvidos ao nível municipal que visam o combate ao sedentarismo. Exemplo disto é o programa 55+, destinado a dotar os munícipes das competências motoras necessárias à execução das actividades da vida diária. O programa decorre de Setembro a Junho e oferece um variado leque de modalidades, tais como ioga sénior, hidroginástica, treino de força e ginástica de manutenção.

A nível do espaço público, a autarquia prevê, para os próximos anos, a conclusão da ligação entre os diferentes troços do passeio marítimo, unindo os retalhos já construídos, de modo a criar um troço contínuo. Está igualmente a avançar a criação do Eixo Verde e Azul, um projecto que une os concelhos de Oeiras, Amadora e Sintra na requalificação da bacia hidrográfica do Jamor e da área circundante do Palácio Nacional de Queluz, através da implementação de um corredor pedonal e ciclável que atravessará os três municípios e fará a ligação ao passeio marítimo de Oeiras. Equipar os espaços verdes do concelho com equipamentos de exercício e criar circuitos pedonais nas zonas residenciais fazem, também, parte dos planos da câmara de Oeiras.

Artigo originalmente publicado na edição #16 da Smart Cities, aqui com as devidas adaptações.