“Mais tecnologia, mais limpeza”, diz o município de Lisboa. A capital portuguesa está a instalar sensores inteligentes em diversos contentores de resíduos sólidos espalhados pela cidade, esperando-se que, em breve, esta rede tenha, pelo menos, 2 600 unidades instaladas.

O município de Lisboa está a colocar sensores de leitura volumétrica em vários contentores de resíduos sólidos, quer subterrâneos, quer de superfície, que, segundo a autarquia, vão “imprimir mais eficácia na recolha do lixo e na gestão dos recursos”. Estes sensores estão já disponíveis nos 750 contentores subterrâneos (eco-ilhas) que foram recentemente instalados na capital portuguesa, assim como em mais 730 contentores de superfície. O objectivo municipal é que, no futuro, existam, no mínimo, 2600 sensores instalados nos contentores da cidade.

Com a aplicação desta tecnologia, é possível fazer a gestão destes contentores em tempo real e através de uma plataforma web, na qual será possível verificar e acompanhar o nível de enchimento dos equipamentos e, deste modo, adequar, de forma dinâmica, os circuitos de remoção dos resíduos. “A cidade passará a beneficiar das vantagens que esta solução integrada e inovadora acarreta: melhor funcionamento dos serviços de Higiene Urbana, maior rapidez na resposta aos problemas, melhor limpeza”, afirma a autarquia.

 

 

A medida não surge isolada e está inserida no Plano de Gestão de Resíduos do Município de Lisboa no horizonte 2015-2020, que contempla a introdução de novas tecnologias no sistema de remoção de resíduos. Segundo o Plano, espera-se que a informação disponibilizada por estes contentores inteligentes seja também disponibilizada ao cidadão, dando “acesso a taxas de enchimento e estimativas de quantidades recolhidas por pessoa e, desta forma, estimular melhores práticas de separação e entrega em locais alternativos. Numa fase posterior, a evolução será no sentido do registo de quantidades e qualidade dos resíduos depositados, permitindo bonificações derivadas do bom comportamento ambiental, articulando-se com o Sistema PAYT a implementar na cidade”, pode ler-se no documento.

Para além disso, a sensorização dos contentores enquadra-se no objectivo estratégico de alargar a rede de centros de recepção de resíduos e no desenvolvimento de uma segunda rede de suporte, em complemento da recolha selectiva porta-a-porta. Nesta rede, está prevista a instalação de mais contentores subterrâneos, o que pode ajudar a cidade a dar uma resposta mais eficiente aos picos de produção de resíduos, como greves, feriados ou épocas festivas, colmatando tanto a falta de espaço para contentores em muitos dos edifícios existentes, como o acréscimo de volume de resíduos gerado pelo maior número de turistas que visitam a capital e que a autarquia estima tenha ultrapassado os 10% entre 2015-2018.

Recorde-se que, no início deste ano, o presidente da câmara municipal de Lisboa, Fernando Medina, apresentou um conjunto de medidas com vista a melhorar a Higiene Urbana da cidade e as linhas gerais do novo regulamento de resíduos urbanos da cidade, que se encontraram em consulta pública até 8 de Março. Entre as medidas avançadas, destaca-se a transferência, até ao final do mandato, de dez milhões de euros para as juntas de freguesia, variável consoante a pressão turística a que cada uma está sujeita, de forma a fazer face às necessidades daí resultantes em matéria de higiene urbana.