O desenvolvimento dos países tem, necessariamente, de passar pela dinamização dos seus polos urbanos, em sistemas policêntricos e perspetivas mais regionais. Apesar da indispensável articulação a nível nacional promovida pelo Estado, seria bastante redutor para o desenvolvimento de Portugal pensar e criar soluções demasiado centralizadas. O futuro do país está, pois, em soluções que respondam aos desafios e estão alinhadas com as características identitárias de cada cidade, indutoras da captação de investimento, criação de emprego, inovação e geradoras de qualidade de vida.

E Portugal está dotado de polos urbanos únicos, que podem gerar novos modelos de gestão urbano-rural, capazes de potenciar novas e ainda melhores soluções económicas para as localidades e, consequentemente, oferecer mais qualidade de vida aos habitantes e às pessoas que vivem o território.

Pensarmos apenas o país como um todo seria, claramente, desistirmos da imensa diversidade cultural, social e territorial que nos caracteriza. Mais ainda do que cidades inteligentes, Portugal precisa de territórios inteligentes. Integrados, colaborativos e conectados.

Foi com estes objetivos que a Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), em parceria com a NOVA Information Management School, desenvolveu o Smart Cities Tour, que, em 2017, deu os seus primeiros passos, mas este ano assumiu uma nova dimensão e dinâmica transversal, aliando as autarquias, não apenas à a academia, mas também às empresas – com a colaboração da Fundação AIP.

Os resultados têm, por isso, sido muito positivos, tanto do lado dos municípios que necessitam de conhecer novas soluções, como para as próprias empresas que têm de adequar as capacidades da tecnologia às necessidades de cada realidade urbana. Aqui, a universidade desempenha um papel extremamente relevante na definição de novos conteúdos e modelos de gestão, capacitando os necessários recursos humanos para implementar novas metodologias associadas à gestão inteligente dos dados na cidade.

A rede de parceiros do Smart Cities Tour aumentou e ampliou a sua abrangência, até mesmo territorial. Este ano, integrámos também no tour as regiões autónomas, promovendo workshops em Ponta Delgada e no Funchal. Já no continente, contámos com Albufeira, Portalegre, Guimarães, Seixal e Viseu. Consideramos este passo como determinante para uma abordagem que se quer nacional e focada no desenvolvimento das cidades, enquanto polos de atração autónomos no sistema urbano policêntrico que o país necessita para potenciar as suas capacidades enquanto território de excelência.

Aliás, a parceria com a ANMP, através do Dr. António Almeida Henriques, enquanto Vice-Presidente e responsável pela Secção de Municípios Cidades Inteligentes, tem permitido contar com um vasto número das administrações locais integrantes desta secção para os desafios propostos e, consequentemente, para o sucesso da própria iniciativa.

“Na Cimeira dos Autarcas, que terá lugar no Portugal Smart Cities Summit, serão apresentados os resultados destes workshops, no entanto, é possível desde já adiantar que os municípios e as empresas que têm participado neste ciclo de conferências têm já uma abordagem profissional e focada na criação de soluções SMART, que permite antecipar uma melhoria exponencial das ferramentas de planeamento e gestão da cidade e capazes de potenciar consideravelmente a qualidade de vida das populações que habitam, trabalham e visitam as nossas cidades”.

O ciclo de workshops foi também integrado no Portugal Smart Cities Summit, que ambicionamos venha a ser o grande evento de referência no nosso país na área da inteligência urbana. Organizado pela Fundação AIP, com a colaboração da ANMP e da NOVA IMS, o seu arranque será marcado por uma Cimeira dos Autarcas, onde serão apresentados os resultados do Smart Cities Tour 2018 e que permitirá reunir, num único evento, o maior número de boas práticas implementadas pelos municípios e as soluções inovadoras das empresas. Sempre com a presença também da academia. Este passo representa algo muito relevante para a nossa iniciativa, uma vez que marca de forma determinante o trabalho desenvolvido ao longo do ano e permite uma avaliação do estado do país relativamente à temática das cidades inteligentes. Esta solução permite ainda captar o setor empresarial nacional e internacional, para que mais empreendedores apresentem soluções inovadoras e que favoreçam a implementação de tecnologias de ponta nas nossas cidades.

Na Cimeira dos Autarcas, que terá lugar no Portugal Smart Cities Summit, serão apresentados os resultados destes workshops, no entanto, é possível desde já adiantar que os municípios e as empresas que têm participado neste ciclo de conferências têm já uma abordagem profissional e focada na criação de soluções SMART, que permite antecipar uma melhoria exponencial das ferramentas de planeamento e gestão da cidade e capazes de potenciar consideravelmente a qualidade de vida das populações que habitam, trabalham e visitam as nossas cidades.

Ao fim de mais sete workshops que correram Portugal inteiro, verificámos um aumento significativo da participação e da partilha de experiências em relação ao ano passado e estamos certos que a edição de 2019 será um sucesso ainda maior. Podemos realmente dizer que o Smart Cities Tour veio mesmo para ficar.