Porto, Guimarães e Lisboa são as representantes lusas na Missão Cidades Inteligentes e com Impacto Neutro no Clima, da Comissão Europeia, e querem abraçar o objectivo de alcançar a neutralidade climática já em 2030, apostando em iniciativas de experimentação e inovação e contando, para o efeito, com o apoio e suporte da iniciativa europeia. Carlos Moedas, presidente da câmara municipal de Lisboa, explica o que esta Missão representa para a capital portuguesa.

 

Quais são os pontos fortes do município de Lisboa para integrar esta Missão?

É uma distinção muito importante para todos os municípios que integram esta lista. É o que eu tenho referido como uma espécie de um ‘selo de qualidade’ para as cidades que formam a linha da frente deste programa europeu.

No nosso caso, a escolha passou por ter medidas muito concretas para combater as alterações climáticas: a nossa proposta, já aprovada e que será implementada o mais depressa possível, dos transportes públicos gratuitos para os mais novos e para os mais velhos foi fundamental. [Bem como] A questão de mudar a iluminação pública para LEDs e sistemas de gestão integrados que promovem poupanças muito significativas.

O Lisboa Solar, [que prevê instalações] com painéis solares nos edifícios municipais para não só poupar energia, mas também ajudar comunidades que [mais] precisam, é muito ambicioso. A utilização das águas residuais para a rega de jardins e também para a lavagem das ruas faz parte do lote de iniciativas que permitiram o reconhecimento europeu de que, em Lisboa, estamos a caminhar no sentido certo.

“Mais do que apenas intenções, estamos comprometidos com valores de investimento concretos e significativos.”

Carlos Moedas, presidente da CM Lisboa. ©Nuno Correia_DMCom_CML

Quais são os desafios e as prioridades que a Missão Cidades vai trazer no futuro próximo?

O principal desafio é conseguir concretizar e implementar no terreno o máximo possível destas, e de muitas outras, medidas fundamentais para a cidade.

O nosso caminho para a neutralidade climática está traçado e tem ambição máxima. Sobre isso, que não existam dúvidas; mas, mais do que apenas intenções, estamos comprometidos com valores de investimento concretos e significativos. Cerca de 500 milhões de euros são dedicados ao combate às alterações climáticas.

 

As opiniões expressas são da responsabilidade dos autores e não reflectem necessariamente as ideias da revista Smart Cities.