A crise provocada pela COVID-19 transformou as máscaras de proteção num acessório essencial na nossa vida quotidiana. Tão essencial para nós como potencialmente nociva para o ambiente.

Uma máscara higiénica de utilização única demora, em média, 300 a 400 anos a decompor-se. Durante este tempo afeta negativamente a flora, a fauna, a água e o solo, acabando muitas vezes por chegar até o mar e agravando o problema do abandono indiscriminado de resíduos. A fragmentação destes materiais pode ser uma fonte de acumulação de micro plásticos no ambiente.

Numa altura em que todos devemos agir responsavelmente, protegendo-nos a nós e aos outros através da utilização de máscaras, é importante alargar esta proteção aos ambientes naturais, essenciais para a vida.

Tendo por objetivo chamar a atenção dos cidadãos para a utilização responsável de máscaras de proteção e para os efeitos do seu abandono na natureza, a ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida tem em curso uma campanha de informação e sensibilização pública sobre a forma mais correta de utilizar estes acessórios para que não se tornem um problema ambiental.

Através de cartazes e gráficos, são apresentados conselhos sobre como utilizar as máscaras para nos protegermos e como e onde devem ser eliminadas para proteger os nossos recursos naturais. A campanha sublinha que estes materiais não podem ser descartados em qualquer lugar e não são recicláveis, pelo que devem ser separados, isolados em sacos e colocados no contentor cinzento para evitar possíveis contaminações e para manter o Planeta limpo de plásticos. Por outro lado, incentiva a utilização de máscaras reutilizáveis homologadas em vez de utilização única, de modo a reduzir a produção de resíduos.

Esta campanha está a ser divulgada através de redes sociais, dirigidas a todos os cidadãos e instituições com os hashtags #MascaraSoNaCara e #MaskOnFace.

Trata-se de uma iniciativa que faz parte das ações que a ENA desenvolve em termos de educação, sensibilização e consciência ambiental, no âmbito da proteção do ambiente e do combate às alterações climáticas no seu território, envolvendo os municípios e cidadãos na responsabilidade local e sustentabilidade.

A pandemia tem demonstrado quão fulcral é a responsabilidade individual de cada pessoa para impedir a propagação do vírus com medidas de segurança e proteção. Nós apelamos a essa mesma responsabilidade para salvaguardar o território deste problema ambiental.

As opiniões expressas são da responsabilidade dos autores e não reflectem necessariamente as ideias da revista Smart Cities.