As cidades são atualmente o palco de inúmeros desafios no combate e adaptação às alterações climáticas. O consumo de energia é um dos desafios a que é preciso responder de uma forma integrada, e em que se deve intervir não só ao nível da eficiência energética propriamente dita, mas também atuando nas energias renováveis, na construção e nas coberturas verdes. A intervenção integrada nestas áreas contribui para reduzir o consumo de energia, aumentar o conforto da população e ter uma produção de energia com menor emissão de gases com efeito de estufa associada, contribuindo para uma cidade mais naturalizada e com uma gestão mais eficiente dos recursos.
A atuação no setor da energia focou-se inicialmente na redução do consumo de energia, pela aplicação de boas práticas, e na utilização de equipamentos e iluminação energeticamente mais eficientes. Estas medidas têm-se refletido em grande medida nas nossas casas e edifícios onde, em muitos casos, já predominam equipamentos e iluminação mais eficientes.
“A intervenção integrada nestas áreas contribui para reduzir o consumo de energia, aumentar o conforto da população e ter uma produção de energia com menor emissão de gases com efeito de estufa associada, contribuindo para uma cidade mais naturalizada e com uma gestão mais eficiente dos recursos“.
Uma área onde é fundamental atuar cada vez mais é na construção/reabilitação dos edifícios, pois influencia as suas necessidades de aquecimento e arrefecimento, bem como de iluminação artificial, que se refletem na fatura energética do edifício e no conforto dos seus ocupantes.
A orientação dos espaços, os materiais de construção e as soluções construtivas escolhidas são fundamentais para ter edifícios com menos necessidades de energia e mais confortáveis. A aposta nas coberturas verdes, pensadas desde logo na construção/reabilitação dos edifícios, traz vários benefícios aos edifícios: reduzem as trocas de energia do edifício com o exterior, contribuem para fazer retenção da água da chuva e protegem os materiais de construção da ação do clima. Também a introdução de espaços verdes ao nível do solo contribui para combater o efeito da chamada ilha de calor que se cria em muitas cidades, conseguindo-se baixar alguns graus a temperatura na rua, e nos edifícios, nos dias de muito calor.
Os edifícios são também locais privilegiados para a instalação de sistemas de energias renováveis para a produção de eletricidade, aproximando a produção do consumo, e usando espaços já ocupados pelo Homem. Também os sistemas para o aquecimento de águas são fundamentais, pois representam uma parte significativa do consumo energético das nossas casas, e podem ser utilizados, em combinação com outros sistemas, para fazer a climatização ambiente, reduzindo assim a necessidade de usar outras fontes de energia.
A aplicação destas soluções de forma integrada e interligada é, assim, o caminho que as cidades precisam de fazer para serem mais eficientes no consumo de energia e contribuírem no combate às alterações climáticas. Deste modo, não só se reduz o consumo de energia e as emissões de gases com efeito de estufa associadas à sua produção, como também se contribui para o processo de adaptação das cidades às mudanças climáticas que já estão a ocorrer.
As opiniões expressas são da responsabilidade dos autores e não reflectem necessariamente as ideias da revista Smart Cities.