Mais de 80% da população mundial vive a menos de uma hora de um centro urbano, mas a desigualdade na facilidade de acesso às cidades é notável entre as várias regiões do globo terrestre. Uma equipa de investigadores da Universidade de Oxford dedicou-se ao mapeamento das acessibilidades às cidades com o apoio do Centro Comum de Investigação (CCI) da Comissão Europeia e revela, agora, os resultados – assim como o respectivo mapa.

São 5,88 mil milhões de pessoas a viver a uma distância inferior a uma hora de uma qualquer cidade. Enquanto nos países que registam maiores rendimentos (nomeadamente, nos continentes europeu e norte-americano) a percentagem da população a residir perto de centros urbanos alcança os 90%, nos territórios mais pobres, caso dos países subsarianos, esta percentagem fica-se pelos 50,9%. O estudo realizado por investigadores da Universidade de Oxford com a colaboração do CCI vem confirmar a distribuição profundamente desigual de recursos económicos e de infra-estruturas à volta do mundo, sendo a concentração destes mais predominante nas cidades.

Os dados agora revelados na publicação científica Nature têm como objectivo servir de base à tomada de decisão aos níveis local e global relativamente a políticas ambientais e de desenvolvimento.

O mapeamento global da acessibilidade às areas urbanas vem, assim, colocar a descoberto o facto de a qualidade dos acessos às oportunidades e serviços oferecidos pelos centros urbanos ser factor determinante para a melhoria das condições de vida dos cidadãos e para o desenvolvimento generalizado. A acessibilidade à cidade vem potenciar a estratificação da sociedade em termos económicos, educacionais e de saúde. Em contra-partida, maus acessos às cidades são sinónimo de enormes barreiras socioeconómicas.

Este pretende ser um mapa versátil para os decisores públicos, já que o relatório da investigação vem examinar as relações entre acessibilidades e receitas, prosperidade económica e níveis de educação e saúde, possibilitando, deste modo, acções que visem a redução das disparidades em populações com diferentes níveis de acesso a cidades.