A autarquia de Torres Vedras calcula investir entre 70 a 146 milhões de euros para cumprir a meta de neutralidade carbónica até 2050, o grande objetivo do Plano de Acção para a Energia Sustentável e o Clima (PAESC), que está em consulta pública até ao dia 13 de março.
O documento prevê que, em 2030, seja possível alcançar no concelho uma redução de 41% dos consumos de energia e de 56% de emissões de CO2, comparativamente ao ano de 2009. Depois, o grande desígnio é atingir a neutralidade carbónica até 2050, o que significa reduzir em 72% os consumos de energia face a 2009.
Recorde-se que, até ao momento, Torres Vedras conseguiu uma redução de emissões de CO2 da ordem dos 29% face a 2009, associada a uma redução dos consumos de energia elétrica na ordem dos 21%.
Para atingir as metas finais, o município definiu quatro Objetivos Estratégicos de Mitigação – Descarbonização; Eficiência Energética; Transição Energética; e Capacitação, Educação e Sensibilização -, consubstanciados em 25 medidas de sustentabilidade energética e aplicados na prática em 83 ações.
Entre elas estão diversas iniciativas para a redução das emissões de CO2, como a aposta em modos suaves de transporte (casos da pedonalidade ou da bicicleta), mas também incentivos urbanísticos para a descarbonização e a produção de energia renovável. A estas medidas juntam-se outras, como a gestão sustentável da energia, a promoção da economia circular (o município faz parte da Declaração Europeia das Cidades Circulares), a valorização da rede de transportes e a otimização da iluminação, dos sistemas de climatização e ventilação.
Para a Presidente da Câmara de Torres Vedras, Laura Rodrigues, “a mudança de comportamentos, nomeadamente na área da mobilidade, é fundamental para que os objetivos do plano sejam alcançados, até porque é a mobilidade a principal fonte de emissões de CO2”.
Dos 70 a 146 milhões de euros de investimento necessário para se atingir a neutralidade carbónica até 2050, cerca de 55% será privado e 46% municipal, estando previsto um investimento público entre 29 e 43 milhões de euros.
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