Dois dias de música em sintonia com a Natureza, um programa de intervenção socioambiental e o mar mesmo ali ao lado fazem do Azores Burning Summer um festival com características muito próprias. No ano em que celebra a 10.ª edição, a 30 e 31 de agosto, o evento volta à Praia dos Moinhos, na ilha de São Miguel, prometendo reforçar o compromisso com a sustentabilidade. Isto já depois de ter sido premiado nos Iberian Festival Awards na categoria “Melhor Contributo para a Sustentabilidade”.
Para a organização, esta assenta no equilíbrio de três áreas – económica, social e ambiental – e em cada uma delas há várias medidas para implementar antes, durante e após o eco festival. Entrevistado pela Smart Cities, o diretor do Azores Burning Summer, Filipe Tavares, sublinha que o “objetivo é envolver todos os participantes, desde o público aos fornecedores e membros da equipa, para que o evento possa ser um autêntico farol de sustentabilidade”.
Na vertente económica, o responsável destaca “o facto de mais de 80% do investimento ser direcionado para empresas sediadas nos Açores, com quem também se estabeleceram várias parcerias”, sem esquecer a dinamização da economia local, com destaque para o setor do turismo. Já em matéria de sustentabilidade social, a lista de medidas é ainda maior e inclui, por exemplo, a gratuitidade de metade da programação e a integração de jovens da comunidade na organização e de músicos locais no cartaz. Além disso, desenvolveram-se dois projetos de acesso gratuito à população: o Habitat, que incentiva as crianças e jovens a preservarem a vida marinha, e o VIVE, um programa comunitário dedicado à literacia na saúde.
A nível ambiental, o programa do festival tem um forte cariz ecológico, como as Eco Talks, que debatem a sustentabilidade ambiental do arquipélago, uma exposição de veículos elétricos, o Eco Market, que junta designers e artesãos, e o cinema ao ar livre, este ano com quatro filmes sobre temáticas ligadas à sustentabilidade. Há ainda uma série de medidas de prevenção e gestão de resíduos, que vão da ausência de copos e louça de plástico até à separação de resíduos orgânicos, de modo a serem enviados para uma unidade de biodigestão anaeróbia com vista à produção de biogás. A exemplo da última edição, há também várias medidas de compensação da pegada ecológica e a lotação máxima do recinto volta a não ser superior a dois terços do permitido por lei.
Filipe Tavares lembra ainda que “depois de se atingir as metas do desperdício zero e do ruído visual zero, há mais duas novas metas, que dependem muito do compromisso do público, em concreto o objetivo zero beatas e o car sharing”. “A cada ano que passa vimos melhorias, tanto ao nível das beatas que são cada vez menos, como dos transportes, já que as pessoas se têm preocupado em partilhar veículos”, acrescenta o diretor do festival, que tem a Smart Cities como parceiro media
Celebrar Cabo Verde e a 10.ª edição
O Azores Burning Summer regressa nos dias 30 e 31 de agosto à praia dos Moinhos, no Porto Formoso, concelho da Ribeira Grande, com uma programação dividida por dois recintos: um na praia, de acesso gratuito, e outro, o principal, no Parque dos Moinhos.
O cartaz da primeira noite (sexta-feira) é fortemente influenciado pelas sonoridades cabo verdianas, com destaque para a artista Mayra Andrade, que se estreia nos Açores com o projeto “reEncanto”, acompanhada pelo compatriota Djodje Almeida na guitarra acústica. A ela juntam-se ainda os compatriotas Princezito e Ferro Gaita. Já no sábado, os ritmos eletrónicos tomam contam do festival, com o multi-instrumentista Luís Clara Gomes, conhecido pelo projeto Moullinex, a trazer um concerto especialmente preparado para celebrar a 10.ª edição do festival. Da Chick e Xinobi Live também atuam nessa noite.
Além de Jaime Goth e Ricardo Reis, responsáveis por duas jam sessions, o festival conta ainda com mais uma dezena de djs convidados: DJ Adrian Sherwood, acompanhado pelo MC Ghetto Priest; DJ Novo Major; DJ Isilda Sanches; DJ Herberto Quaresma; DJ Pedro Tenreiro, DJ Milhafre; DJ Mesquita & Laura; DJ Narco Paulo e DJ FLiP.
Os ingressos para o festival podem ser adquiridos através do site do evento, na plataforma See tickets ou em vários locais físicos da ilha de São Miguel. O bilhete diário custa 20€ (compra entre 1 de junho e 29 de agosto) ou 25€ (se adquirido no próprio dia), enquanto o preço do bilhete geral (dois dias) varia entre os 30€ (até 29 de agosto) e os 40€ (no dia).