Há mais um atraso no Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM). Depois da última previsão apontar para o arranque em março de 2024, a Metro Mondego anuncia agora que, afinal, a operação suburbana só deverá ter início em junho desse ano.

Em declarações à Agência Lusa, José Marrana, o presidente da entidade gestora do projecto, justificou a derrapagem nos prazos comimponderáveis” impossíveis de prever, como a pandemia ou a guerra na Ucrânia, mas acredita que a ligação entre Serpins (Lousã) e o Largo da Portagem (Coimbra) seja mesmo uma realidade em meados do próximo ano.

Antes disso, em novembro de 2023, deverá chegar o primeiro veículo (já homologado) que fará os testes no canal de circulação. Depois, até ao final de 2024, o sistema será estendido até Coimbra B e aos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Sobre uma eventual expansão para a margem esquerda do Mondego, José Marrana prefere não se comprometer, mas admite as potencialidades de uma ligação à vila de Condeixa-a-Nova: “dos resultados apresentados, julgo que Condeixa parecia ser o mais promissor, quer em termos de procura, quer em termos de volume de investimento. Acho que faz todo o sentido pensar em expandir o sistema, mas agora estamos focados, sobretudo, em pôr o sistema a funcionar”, afirmou à Lusa.

Quanto a custos, o responsável acredita que a operação poderá chegar aos quatro milhões de euros por ano, uma verba que será assumida pela administração central. Recorde-se que o investimento global do projeto ronda os 150 milhões de euros. O preço dos bilhetes ainda não está definido (será anunciado pela futura gestora do sistema de transportes da região de Coimbra), mas a Metro Mondego já defendeu a criação de uma tarifa intermodal.

O Sistema de Mobilidade do Mondego adoptou o chamado modelo de “metrobus”, utilizando autocarros elétricos (a baterias) num canal maioritariamente de via dedicada. Irá funcionar no antigo ramal ferroviário da Lousã e na área urbana de Coimbra, ligando a cidade a Serpins, no concelho da Lousã, com passagem em Miranda do Corvo, numa extensão de 42 quilómetros. Destes, 12 serão em traçado urbano e 30 em suburbano.

O serviço será assegurado por 35 autocarros (cada um com 135 lugares) e 42 estações, oferecendo ligações de cinco em cinco minutos na zona urbana, de 10 em 10 minutos desde a cidade de Coimbra até Miranda do Corvo e de 15 em 15 minutos para a Lousã. De acordo com a Metro Mondego, prevê-se que o novo sistema faça duplicar a utilização de transporte público na região, de 17% para 34%, num espaço de apenas três anos.

Fotografia de destaque: © Metro Mondego