Nesta edição do Rock in Rio (RiR), a Vodafone quis transformar a Cidade do Rock numa smart city. Durante os cinco dias do festival, o uso de energia e de água, a qualidade do ar, a recolha de resíduos sólidos e a ocupação das casas-de-banho do recinto estiveram sob monitorização. Com os 329 mil visitantes confirmados pela organização, é possível que a iniciativa não tenha chegado a todos, mas, ainda assim, a Smart Rock City foi um primeiro passo para melhorar a experiência de quem passa pelo RiR e de fazer deste um evento mais eficiente e sustentável.

Comecemos pela solução mais imediata para os festivaleiros: Smart Toilets. Utilizar WC’s em eventos com muita afluência, como é um festival ou concerto de música, não é, na maioria das vezes, a melhor experiência e ter de aguardar na fila de espera pela vez é quase certo. Ora, neste Rock in Rio, a Vodafone quis minimizar esse desconforto e, para isso, implementou um sistema que informava qual a taxa de lotação dos quatro parques de casas-de-banho existentes no recinto. A informação chegou aos festivaleiros através da app Vodafone Rock in Rio ou em qualquer Tomi no recinto, ajudando a decidir qual o WC com maior disponibilidade.

“Foi um beneficio directo para quem visitou a Cidade do Rock”, confirma João Mendes Dias, administrador da Vodafone. Segundo o balanço final da organização, no dia 19 de Maio (das 16h às 2h), cerca de cinco mil pessoas utilizaram a app para verificar a lotação das casas-de-banho, sendo que o tempo médio de ocupação de cada uma foi de 60 segundos. Apesar do impacto mediático da solução, fica a dúvida sobre se quem esteve presente tinha ou não conhecimento da solução, uma vez que, no recinto, a informação passava despercebida aos menos atentos.

Mas não foram apenas as Smart Toilets que fizeram desta uma Smart Rock City. As restantes aplicações são menos visíveis ao olho comum e os seus frutos serão mais evidentes nas próximas edições do RiR e, provavelmente, será a organização a tirar mais partido deles. Durante os cinco dias, enquanto as bandas davam música aos visitantes, a Vodafone media os consumos de energia nos palcos Mundo, Vodafone, na Tenda VIP e Tenda Electrónica. Com esta informação Smart Energy, a organização vai poder optimizar os gastos energéticos numa próxima edição.

Também a utilização da água esteve debaixo de olho. A solução Smart Water supervisionou a rede de abastecimento dos quatro hectares da Bela Vista, evitando interrupções ou irregularidades na distribuição da água. Por sua vez, a limpeza do espaço foi assegurada pelas novas tecnologias, com o sistema Smart Waste a controlar o processo de recolha dos resíduos sólidos. Por último, e para saber em que ponto estava a qualidade do ar na Bela Vista, foram instalados sensores de medição de níveis ambientais, como gases, concentração de CO2, fumos e outros, sendo que alguma dessa informação foi divulgada aos visitantes em tempo real.

Mais do que fazer deste um campo de testes, o objectivo da Vodafone junto da organização do RiR foi mesmo fazer deste um evento mais eficiente e sustentável. “Procurámos tornar mais eficiente a Cidade do Rock e dar uma melhor experiência a quem visitou a cidade, mas também registar e recolher informação que permite optimizar o desenho e planeamento de futuras edições”, revela João Mendes Dias. “Tanto nós, como o RiR, estamos muito satisfeitos com o que foi conseguido. Este sistema foi plenamente integrado e gerido a par de todas as outras áreas que o RiR teve de gerir a partir do seu centro comando operacional. Portanto, faz parte integrante da gestão da cidade, porque, na verdade, é de uma cidade que se trata”, acrescenta, lembrando que o festival chega a receber mais de 60 mil pessoas/dia (como aconteceu a 28 de Maio, com a lotação a atingir os 85 mil espectadores), o que é “uma população superior à de algumas cidades portuguesas”.

Smart Rock City foi mais um dos projectos da Vodafone na área das cidades inteligentes, depois da Smart Mountain Village, na aldeia do Sabugueiro. “Este não foi um piloto, é algo que está em exploração e operacional. Desse ponto de vista, podemos dizer que o futuro já cá está e estamos a tirar partido, não apenas a fazer um showcase”, reforça o administrador da Vodafone, para quem “o verdadeiro potencial não está numa ou outra solução aplicada de forma isolada, mas na conjugação e na integração das várias vertentes de utilização”.

Para além destes projectos, a multinacional de telecomunicações está também a trabalhar com a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, que abrange a instalação de equipamentos de monitorização e controlo de consumos de energia em Alpiarça, Golegã e Cartaxo.