A maioria das cidades mundiais está a implementar estratégias de adaptação perante as alterações climáticas, considerando que estas são uma ameaça real ao tecido empresarial local. As conclusões são do novo relatório Protecting our Capital, publicado este mês pela organização internacional não-governamental CDP, em parceria com a multinacional de construção AECOM e o C40 Cities Climate Leadership Group.
No documento, Lisboa surge como uma das cidades que está a procurar soluções para proteger habitantes e empresas dos impactos do clima. “Em parceria com a agência de energia local e outras organizações, a cidade está a identificar os impactos locais do efeito da ilha de calor urbana e a identificar soluções para negócios e residentes”, enfatiza o relatório do CDP, elencando os esforços de adaptação da capital portuguesa na área da reabilitação urbana. A organização também refere a acção climática da Caixa Geral de Depósitos, que estima que a procura energética derivada de um aumento da temperatura na cidade poderá custar à entidade bancária cerca de 2,2 milhões de dólares, em facturas de energia.
No total, 207 cidades apresentaram as suas estratégias e acções climáticas no estudo da CDP. Dessas, mais de um terço antecipa benefícios financeiros resultantes da sua acção climática. É, por exemplo, o caso de Portland (EUA), que estima poupanças anuais na ordem dos 5,5 milhões de dólares com o programa de eficiência energética City Energy Challenge. Em paralelo, um terço destas cidades acredita que os eventos climáticos extremos e outras consequências das alterações climáticas trazem riscos de danos para o bem-estar humano, mais-valias financeiras, propriedades e transportes. De realçar que o relatório apresenta 757 actividades de adaptação urbana e 102 estratégias municipais de adaptação climática. Além disso, 108 cidades divulgaram as suas emissões de dióxido de carbono equivalente.

Para a organização não-governamental, o aumento de contributos em relação ao relatório 2013 (no qual participaram 110 cidades) reflecte “a importância acrescida que as administrações locais colocam na sua responsabilidade ambiental e monitorização do desempenho”. Ao todo, as cidades constantes no documento representam quase 395 milhões de pessoas.
O relatório Protecting our Cities 2014 está disponível aqui.