Durante quatro meses, a mobilidade ativa subiu 6,7% em Braga e o uso do automóvel privado baixou 4,6% graças ao Reactivity, um projeto que desafiou os habitantes da cidade a optar por modos de transporte mais sustentáveis e amigos do ambiente, como andar a pé, de bicicleta, de trotineta ou de transportes públicos. Em troca, os participantes acumularam pontos para trocar em vouchers que podem agora ser utilizados em 35 lojas da cidade.

De acordo com o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT), que organizou esta iniciativa através do EIT Urban Mobility, os 475 utilizadores inscritos registaram quase 13 mil sessões entre o início de agosto e o final de novembro de 2023 (o período em que durou o projeto), percorrendo uma distância de 103.891 km. No final, ajudaram a poupar 18.728 Kg de CO2 e foram reembolsados com 6.500 euros, para usar em lojas da cidade, graças a uma parceria com a Associação Empresarial de Braga, que se estendeu também aos Transportes Urbanos de Braga (TUB).

Durante o projeto, foi disponibilizada uma plataforma de dados que permitiu ao participantes acompanharem o seu desempenho diário e consultarem os pontos acumulados, além de ajudar a monitorizar o decorrer da iniciativa e a comunicar os resultados alcançados.

Esta revela, por exemplo, que a bicicleta convencional foi o modo de transporte que percorreu uma distância maior (52.600 km), seguido das trotinetas (18.200 km), enquanto o andar a pé (11.400 km), a bicicleta elétrica (11.300 km) e os transportes públicos (11.100 km) obtiveram resultados próximos. Mostra ainda que a média das sessões foi de 8,04 km e que os bracarenses privilegiaram, sobretudo, as viagens de lazer (quase 62%) e os períodos do início da manhã e do final da tarde. A maioria dos utilizadores não tinha automóvel privado (cerca de 70%) e pertencia à faixa etária entre os 30 e os 44 anos.

Além de Braga, o Reactivity decorreu também na cidade italiana de Lecce, onde envolveu 162 utilizadores ativos, que completaram mais de 6 400 sessões e percorreram 36 656 quilómetros, poupando 9 874 kg de CO2.

No página online do projeto, o EIT Urban Mobility diz que os resultados conjuntos “foram notáveis, revelando um aumento significativo da mobilidade ativa (6,7% em Braga e 15,2% em Lecce), uma redução da utilização do automóvel (4,6% e 8,1%, respetivamente), uma diminuição substancial das emissões de CO2 (quase 30 toneladas no total) e uma impressionante taxa de retenção de utilizadores, superior a 80%”.

A iniciativa do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia deixa também elogios à estratégia de Braga, sublinhando que a cidade “está fortemente empenhada na promoção dos transportes públicos e tem todas as condições para se tornar uma cidade amiga das bicicletas”. Para o organismo da União Europeia, “esta abordagem está totalmente alinhada com a visão estratégica do município e com os objetivos específicos delineados no seu Plano de Mobilidade Urbana Sustentável”, acrescenta.

Fotografia de destaque: © EIT Urban Mobility