Já são conhecidos os vencedores da segunda edição do Prémio Cidades e Territórios do Futuro, promovido pela APDC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações. Os distinguidos foram anunciados esta terça-feira durante o 32.º Digital Business Congress, da APDC, que decorre durante dois dias – 9 e 10 de Maio – em Lisboa.
O júri, composto por mais de 40 personalidades de diversas áreas, analisou mais de meia centena de candidaturas e escolheu seis vencedores em sete categorias (duas tiveram o mesmo vencedor), atribuindo ainda três menções honrosas. Foram distinguidos projectos e soluções pioneiras, de base tecnológica, que ajudam a tornar as cidades e os territórios mais habitáveis, sustentáveis e economicamente viáveis. “Esperamos que sejam um enorme incentivo às cidades, às organizações e à sociedade civil, que todos os dias exercem um papel determinante para mudar o palco onde tudo acontece, ou seja, as nossas cidades”, afirmou Vladimiro Feliz, presidente da Secção de Cidades Sustentáveis e Saudáveis da APDC, durante a cerimónia de entrega dos prémios.
Na categoria “Saúde e Bem-estar” foi distinguido o Plano de Saúde Gratuito para Idosos LISBOA 65+, criado pela autarquia lisboeta. Este desenvolveu uma plataforma de suporte à implementação da iniciativa, que oferece serviços de saúde gratuitos aos residentes na cidade com 65 anos ou mais. Teleconsultas de medicina geral e familiar, assistência médica ao domicílio e transporte em ambulância são alguns dos serviços disponibilizados (em caso de necessidade) pelo município.
A Câmara Municipal de Lisboa é também a promotora do projecto vencedor da categoria “Desenvolvimento Económico”: a Plataforma de Gestão Inteligente de Lisboa (PGIL). Trata-se de uma solução tecnológica com alta capacidade de processamento, que permite a monitorização, gestão operacional e analítica urbana, a partir dos dados gerados pela cidade, provenientes, por exemplo, de câmaras de vídeo, sensores ou sistemas de informação. O Portal de Dados Abertos de Lisboa e a app Lisboa.24 são alguns dos projectos que tiram partido de todo o manancial de informação recebido.
Outra autarquia em destaque nesta edição foi Castelo Branco, responsável pelo Mobicab Flexível, que conquistou a categoria “Relacionamento com o Cidadão e Participação”. Neste caso, o júri valorizou o carácter inclusivo e de cidadania deste projecto piloto de mobilidade sustentável, que disponibiliza uma rede de táxis (com rotas geridas de forma centralizada), cujo principal objectivo é combater o isolamento social da população.
Já a categoria “Sustentabilidade, Economia Circular e Descarbonização” foi atribuída à Recolha selectiva de biorresíduos em Cascais, um projecto gerido pela Cascais Ambiente que utiliza os restos de comida para produzir energia e composto orgânico. Estes biorresíduos começam por ser colocados pelos munícipes num saco verde, antes de serem depositados no contentor de resíduos indiferenciados (cinzento), e já na estação de tratamento de resíduos é feita uma triagem, através de um leitor óptico que garante a eficácia da separação. Depois disso, são então encaminhados para a fase de transformação em biogás e composto.
A promoção da inclusão digital e a igualdade de género estão na génese do projecto As Raparigas do Código, que venceu duas categorias: “Igualdade e Inclusão” e “Qualificações”. Lançado pela Associação Geração Ambiciosa, uma organização sem fins lucrativos, dedica-se ao ensino da programação a raparigas e mulheres, capacitando-as também através de programas de qualificação, requalificação ou de acções de empreendedorismo. Promove ainda diversas actividades, como clubes de programação, hackatons, webinars ou encontros.
Por fim, a categoria “Mobilidade e Logística” foi atribuída ao Kiosk Guerin, desta empresa de rent a car, que desenvolveu um processo de reserva de veículos 100% digital e autónomo, mais user friendly, em que os clientes podem actualizar os seus dados pessoais, aceder a serviços e promoções e fazer o check-out de forma rápida e directa.
Nesta segunda edição do Prémio Cidades e Territórios do Futuro, a APDC entregou também três menções honrosas. Ainda na categoria “Mobilidade e Logística”, reconheceu o sistema DeepNeuronic, dedicado à segurança e protecção pública, através da detecção e reconhecimento automático de eventos perigosos e comportamentos humanos anormais. Outra menção honrosa, na categoria “Desenvolvimento Económico” foi para o Observatório do Talento, promovido pela Câmara Municipal do Porto, uma plataforma digital de informação que recolhe, gere e divulga informação sobre a oferta e procura de emprego. Houve ainda mais uma menção honrosa (categoria “Sustentabilidade, Economia Circular e Descarbonização”) para a COMSOLVE, que desenvolve soluções de gestão para comunidades de energia renovável (CER), através da integração de veículos eléctricos e de sistemas de armazenamento de energia baseados em baterias de segunda vida. Os promotores são a Coopérnico, a Digitalmente, o Instituto de Telecomunicações e a Magnum Cap.
Além do troféu, entregue na cerimónia de anúncio dos vencedores, os galardoados recebem, igualmente, uma participação no Portugal Smart Cities Summit (10 a 12 Outubro, na FIL) e um ano de assinatura da revista Smart Cities.