Lisboa assinalou, na passada segunda-feira, a plantação das primeiras árvores de fruto do novo parque agrícola municipal no Parque Florestal de Monsanto. O projecto, que surge no âmbito de Lisboa Capital Verde 2020, inclui um pomar, hortas comunitárias e um miradouro e pretende ainda contribuir para o “retorno harmonioso” da comunidade prisional à sociedade.
As primeiras árvores – dez pessegueiros – foram plantadas esta semana, sendo que as restantes “chegarão” durante a Primavera e Outono. No total, o pomar municipal, implantado em socalcos, terá 656 árvores, entre limoeiros, tangerineiras, macieiras, figueiras, pessegueiros, pereiras. Numa segunda fase do projecto, está também prevista a reabilitação de um olival e de um amendoal pré-existente.

Planta do Parque Agrícola do Parque Florestal de Monsanto. Fonte: CML
A criação deste pomar municipal representa um investimento total de 50 mil euros, a cargo do município, e prevê ainda uma a criação de uma área para cultivo agrícola. Parte dos cerca de 10 mil metros quadrados contemplados será disponibilizada para talhões a atribuir à população para hortas comunitárias. Segundo a autarquia, os produtos gerados no pomar e na área de cultivo serão uma parte para venda, outra para doação.
“Regresso ao passado” e à sociedade
O projecto resulta de uma parceria entre a câmara municipal de Lisboa (CML) e a Direcção dos Serviços Prisionais, a quem pertencem os terrenos. No âmbito desta colaboração, a comunidade prisional em fase final de cumprimento de penas irá participar na gestão agrícola do parque. Com isto, as entidades pretendem “criar, manter e desenvolver capacidades e competências facilitadoras de um retorno harmonioso e responsável à liberdade e à vida em sociedade, convertendo o tempo da pena privativa de liberdade em factor de formação e de criação de hábitos vinculativos de trabalho”.
A iniciativa é também uma forma de criar um novo pólo de interesse no Parque Florestal de Monsanto. Segundo a CML, “nestes terrenos, o acordo entre as duas entidades garante o acesso de visitantes a um novo miradouro sobre o pomar com vista sobre a cidade e a usufruto de áreas de prado e olival”.
É “um regresso ao passado”, afirmou José Sá Fernandes, vereador do Ambiente na CML, que esteve presente na plantação das primeiras árvores de fruto do novo pomar, juntamente com Francisco Navalho, sub-director geral dos Serviços Prisionais.
“Serão cerca de 7 hectares de uma área que se ganha para a cidade, com uma utilidade social. Antigamente havia aqui uso agrícola e agora vai voltar a acontecer”, referiu o governante. O projecto dá continuidade à estratégia seguida pelo autarca, de “diversificar a estrutura verde municipal com funções agrícolas”. Recorde-se que, para além deste novo parque agrícola, Lisboa conta já com hortas urbanas em diversas áreas da cidade e uma vinha.