Um novo nome, uma plataforma Internet of Things (IoT) e a introdução da tecnologia LiFi nas luminárias são algumas das novidades que a Philips Lighting apresentou esta semana, na feira internacional Light+Building, em Frankfurt. A Philips Lighting passará, assim, a chamar-se Signify, numa mudança que a empresa tem vindo a experienciar com vista a transformar a luz “numa linguagem inteligente”.
“Estamos a viver uma transformação enquanto empresa, à medida que operamos diferentes tecnologias e diferentes modelos”, avançou Erik Rondolat, CEO da multinacional, em conferência de imprensa, explicando que a nova designação vai reflectir a “direcção para a qual a indústria e a empresa estão a caminhar”, assumindo a iluminação como uma “linguagem inteligente”. Signify passará a ser o nome da empresa, que continuará, no entanto, a usar a marca Philips nos seus produtos.

De forma a reforçar a sua posição no novo mundo hiperconectado e contando já com 29 milhões de pontos de luz ligados em todo o mundo, a aposta da Philips Lighting na IoT chega através da plataforma Interact. Escalável e segura, a Interact poderá ser aplicada a cidades (Interact City), mas também a escritórios (Interact Office), monumentos ou outros pontos de interesse (Interact Landmark), espaços comerciais (Interact Retail), infra-estruturas desportivas (Interact Sports) e, até ao final do ano, à indústria (Interact Industry).
A plataforma tem base na cloud e inclui capacidades de gestão e processamento de dados, como a aprendizagem automática, e ainda análise de dados de terceiros, tais como publicações nas redes sociais, desde que autorizados. Para além disso, a Interact está concebida para promover a agentes de inovação exterior, ou seja, programadores externos à empresa, parceiros de desenvolvimento e clientes. Para o efeito, a Interact inclui um portal para programadores e um conjunto crescente de API licenciadas, possibilitando o desenvolvimento de vários serviços com acesso a dados.
“Começámos por liderar a eficiência energética da iluminação LED e, em seguida, a ligação da iluminação para garantirmos vantagens operacionais para os nossos clientes. Agora que os pontos de luz já são suficientemente inteligentes para recolherem dados sobre a sua própria eficiência e o ambiente à sua volta, estamos a tirar partido dessa inteligência. Recorrendo aos dados das nossas luzes, dispositivos e sistemas ligados, queremos criar mais valor para os nossos clientes através de serviços com acesso a dados que desbloqueiem novas capacidades e experiências”, afirmou Harsh Chitale, responsável pelo sector profissional da Philips Lighting.

Também a pensar nas cidades e, em particular, na disseminação de soluções para smart cities, a Philips Lighting colaborou com a operadora de comunicações American Tower no desenvolvimento de um novo poste de iluminação pública inteligente. O Smart Fusion Pole é dotado de tecnologia LED e wireless, num design moderno, sendo que a principal inovação consiste na capacidade de suportar serviços de múltiplos operadores móveis num único equipamento. O sistema está já a ser adoptado em ambiente urbano, com 200 pontos de luz a serem instalados na cidade norte-americana de Huntington Beach (Califórnia). A par disto, a agora Signify manifestou a sua intenção de não olhar apenas para as “cidades inteligentes do futuro”, mas também para as comunidades que não têm ainda acesso a iluminação. O compromisso de “continuar a trabalhar com estas comunidades” foi reforçado na Alemanha por Harsh Chitale.
Transmitir dados através da luz
Mas a novidade que mais curiosidade despertou em Frankfurt foi mesmo a introdução da tecnologia LiFi (Light Fidelity) nas suas luminárias, permitindo a ligação à Internet de banda larga e transmissão de dados através das ondas de luz, totalmente wireless, bidireccional e de alta velocidade. Apesar de não estar completamente madura, como afirmaram os responsáveis, as luminárias com LiFi da Philips Lighting estão a ser testadas num programa piloto nos escritórios da empresa francesa Icada, em La Defense, Paris.
“O potencial da LiFi na actual era digital é enorme, e, enquanto empresa líder mundial na área da iluminação, orgulhamo-nos de sermos pioneiros na oferta de serviços novos e inovadores aos nossos clientes”, afirmou Olivia Qiu, directora de Inovação da Philips Lighting.
“Ao contrário das frequências de rádio, que estão a ficar congestionadas, o espectro da luz visível é um recurso inexplorado, com uma grande largura de banda adequada à ligação estável e simultânea de um grande número e tipo de dispositivos da Internet das Coisas. Enquanto empresa de iluminação, garantimos que os nossos clientes desfrutam de uma luz de grande qualidade e eficiência energética, acompanhadas de uma conectividade da última geração”, esclareceu.
A Philips Lighting é uma das mais de 2500 empresas de iluminação que estão, até 23 de Março, presentes na Light+Building, em Frankfurt, conhecida como a maior feira internacional de iluminação, arquitectura e tecnologia. O certame inclui um programa variado de eventos e acontece ao mesmo tempo que o festival de luzes e cultura Luminale, cujo tema é “Luz e a Cidade”.

*A jornalista viajou para Frankfurt a convite da Philips Lighting.