A partir do próximo mês de Abril, Lisboa vai passar a medir, em tempo real, 24 horas por dia, parâmetros ambientais como qualidade do ar, níveis de ruído ou do trânsito e ainda indicadores meteorológicos. Para isso, a capital portuguesa está a instalar, por toda a cidade, uma rede de estações ambientais para a recolha de dados que serão, posteriormente, disponibilizados aos cidadãos, mas que servirão, também, para definir e implementar estratégias que contribuam para a melhoria da qualidade de vida dos lisboetas.
Ao todo, são 80 estações ambientais com 658 sensores distintos, que irão funcionar 24 horas por dia, recolhendo e compilando dados relativos à qualidade do ar, ruído, meteorologia e tráfego. As primeiras oito estações ambientais são inauguradas hoje, assinalando o arranque do projecto, numa cerimónia agendada para o final desta manhã, em Entrecampos, e na qual estará presente José Sá Fernandes, vereador do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia.
Para além de Entrecampos, está ainda prevista, nesta primeira etapa, a instalação de estações na Estrada de Benfica, Cemitério de Carnide, Olivais, Madre Deus, Montes Claros e Avenida da República. A autarquia espera que, até ao final do mês de Março, toda a rede esteja instalada e a funcionar, cobrindo praticamente toda a cidade. A cumprir-se este calendário, em Abril, qualquer cidadão poderá consultar a informação recolhida por estes sensores na Plataforma de Gestão Inteligente de Lisboa (PGIL).
Monitorizar para planear e intervir
A par da monitorização em tempo real, a informação recolhida permitirá à câmara municipal de Lisboa fazer um diagnóstico actual da cidade e planear e implementar estratégias que possam mitigar eventuais problemas ambientais. Com estes dados, a autarquia pode identificar as áreas da cidade mais afectadas e, por exemplo, promover dinâmicas de controlo da poluição atmosférica ou medidas de prevenção e controlo do ruído nessas zonas.
Do mesmo modo, a informação obtida vai contribuir para efectuar a caracterização climática e meteorológica da cidade, em particular no que se refere aos fenómenos de ilha de calor, regime de ventos e comportamento hidrológico, e implementar estratégias para a redução do impacto negativo do clima urbano.
Recorde-se que, nos últimos anos, a capital portuguesa tem levado a cabo uma estratégia de digitalização com uma forte aposta nos dados abertos e analítica urbana. Uma das principais ferramentas dessa estratégia é a PGIL, que agrega, gere e disponibiliza dados de várias entidades municipais, públicas e privadas, permitindo uma visão e gestão da cidade em tempo real. Desde que foi anunciada, em 2017, a PGIL ganhou forma e tem vindo a crescer, tendo sido distinguida, em 2019, com o galardão internacional Smart 50 Awards.