Um grupo de investigadores da Universidade da Beira Interior (UBI) está a participar num projeto europeu, o GRESINT, que pretende melhorar a separação industrial de embalagens com a ajuda das tecnologias inteligentes. Este consórcio, que também integra a LIPOR, a Universidade da Corunha e a Sociedade Galega do Meio Ambiente (Sogama), quer ajudar a alcançar os objetivos europeus de reciclagem, ao introduzir materiais recuperados no ciclo produtivo. Para isso, assenta na utilização da Inteligência Artificial aplicada aos resíduos, com foco na sustentabilidade, de modo a promover a transferência digital deste setor.

Durante cerca de três anos, o consórcio ibérico irá desenvolver uma série de atividades, como a criação de uma Agenda de Digitalização do processo de gestão de resíduos e um catálogo de tecnologias inteligentes que já existem no mercado e possam ser úteis na otimização de processos, além de um roteiro para implementação de tecnologias-chave.

“O nosso desafio será incorporar os dados que atualmente são recolhidos em todo o processo produtivo, eventualmente adicionar novos sensores para a aquisição de dados complementares e, com base nessa informação, aplicar métodos de Inteligência Artificial e de ciência de dados para que se possa dotar o sistema com uma inteligência que ajude a suportar a tomada de decisão”, explicou à Smart Cities o investigador da UBI, Nuno Pombo.

Estas tecnologias inteligentes serão testadas através de três pilotos nas unidades de triagem de embalagens da LIPOR e da Sogama, cujo planeamento e plano de produção podem recorrer a estas ferramentas. “A ideia é que o sistema a ser criado tenha a possibilidade de ser validado nestas duas realidades diferentes, recorrendo a uma base de dados comum e permitindo que se possa aprender dos dois lados da fronteira”, diz o investigador, que na UBI trabalha em conjunto com outros dois professores do departamento de informática, Bruno Silva e Pedro Inácio.

Liderado pela Sogama, o GRESINT tem como parceiros a Universidade da Beira Interior, o CITIC, da Universidade da Corunha e a LIPOR.

Para eles, este projeto também tem um caráter pioneiro porque “se por um lado já existem vários equipamentos industriais que fazem coleta de dados dentro da linha de produção, por outro, a sua conjunção e tratamento, de forma a gerar conhecimento, apresenta-se como uma das inovações do projeto.

Financiado pelo programa Interreg Espanha-Portugal, o GRESINT é liderado pela Sogama e tem uma dotação orçamental próxima dos 800 mil euros. O lançamento oficial aconteceu em março durante um evento realizado na sede da Agência Galega de Inovação (GAIN), em Santiago de Compostela.

Fotografia de destaque: © LIPOR