A Inteligência Artificial e Big Data aplicados no Espaço representam desafios e oportunidades de negócio, mas acima de tudo são instrumentos para resolver muitos dos problemas sentidos na Terra.

“A grande oportunidade é a velocidade com que a Inteligência Artificial está a crescer. A tecnologia desenvolve-se em muito menos tempo, o que faz com que ninguém tenha hoje grande vantagem”, explica Nuno Catarino, especialista do CEiiA, que esta terça-feira abre os trabalhos do programa Sustainable Living Innovators (SLI), em Matosinhos, com o módulo “Inteligência Artificial e Big Data no Espaço”.

Do lado dos desafios por abraçar, Nuno Catarino esclarece que existe uma imensidão de exemplos de aplicação da tecnologia nas várias de áreas de negócio, designadamente a partir da observação da Terra por satélites, mas que o ponto de partida terá de ser sempre perceber qual os problemas específicos que há para resolver.

A área da observação da terra por satélite, apesar de ser uma tecnologia utilizada há muitos anos, tem crescido lentamente. “Há um volume muito grande de informação, muito saber computável que é difícil de gerir”, contextualiza o especialista do CEiiA. “É difícil gerir grandes volumes de dados sem perder informação”, sublinha. A Inteligência Artificial (IA) e o Big Data permitem tratar vários volumes de dados de elevada complexidade, funcionando como uma espécie de instrumento de leitura do manancial de informação recolhida pelos satélites.

Jovens innovators aprendem esta terça sobre a aplicação de Inteligência Artificial e Big Data

“A IA possibilita identificar o que está em determinado terreno, seja um edifício, uma árvore ou uma área agrícola. Caso seja uma floresta, como está a evoluir”, exemplifica Nuno Catarino. A monitorização de estruturas críticas, como linhas e centrais elétricas, por exemplo, ou para resposta rápida numa situação de catástrofes, no caso de cheias ou de incêndio, são outas das aplicações que a IA e o Big Data, área do conhecimento que estuda como tratar, analisar e obter informações a partir de conjuntos de dados muito grandes.

Nuno Catarino falará ainda de questões de privacidade e ética que é necessário acautelar no uso de IA.

O trabalho da segunda semana do programa SLI é muito centrado nas Metodologias de Desenvolvimento, o segundo eixo temático do programa SLI. Esta terça-feira, e depois da sessão sobre “Inteligência Artificial e Big Data no Espaço”, Sónia Nunes coordena uma aula sobre o trabalho em equipa, a partir das reflexões sobre as boas práticas que influenciam o desempenho das equipas.

Joana Mendonça, docente do Instituto Superior Técnico, trabalha, na tarde de quinta-feira, as principais etapas e técnicas do Future Design, a partir do Design Thinking, desde o processo de ideação à construção do protótipo demonstrador.
Sónia Nunes e Mariana Pinto, ambas do CEiiA, dinamizam o módulo “Comunicar com Impacto”, sexta-feira, no qual trabalharão a estruturação de ideias e o treino da comunicação em público.

A sessão sobre a utilização de Sistemas Embebidos, por Jorge Cabral, da Universidade do Minho e do CEiiA, e Vítor Silva, também docente do Minho, está agendada para quinta-feira.

O módulo “Conetividade IoT via satélite”, na tarde de quinta-feira, da responsabilidade de Tiago Rebelo, da Connected, falará sobre como o Espaço pode contribuir para novas tecnologias e funcionalidades associadas às comunicações e qual o impacto que pode ter na forma como as pessoas interagem e vivem no planeta.