As candidaturas encerram a 23 de Maio, com a grande “batalha” a decorrer no dia 9 de Junho. O vencedor leva para casa um prémio de cinco mil euros e a possibilidade de se encontrar com potenciais investidores, mas a cereja no topo do bolo é que vai poder ver a sua solução implementada no terreno – com a possibilidade de ser replicada noutros locais. Estas são as regras gerais do Get In The Ring Urban Mobility Portugal 2021, um concurso a nível mundial e que, em Portugal, abarca quatro municípios – Abrantes, Angra do Heroísmo, Braga e Fundão.

O objectivo do concurso é o de encontrar soluções inovadoras que resolvam os problemas de mobilidade de cada uma das localidades em concurso. No caso de Abrantes, por exemplo, o pedido é que se encontre uma solução que atraia mais “utilizadores para o uso do miniautocarro ABUSA”. Segundo a câmara municipal, o que se pretende é encontra “soluções que resolvam a dimensão do miniautocarro de forma a melhorar a circulação nas ruas estreitas do centro histórico, bem como torná-lo mais amigo do ambiente e estender o seu uso a turistas”.

Já Angra do Heroísmo procura redesenhar as rotas do transporte público de passageiros intraurbanos, adequar a frota de veículos que os atendem, dando preferência a transportes de tamanho e capacidade adequados à procura existente e reformular os horários vigentes. Na cidade da ilha Terceira, será construída brevemente uma nova estação central de autocarros, pelo que o município considera que esta é uma oportunidade única de fazer as alterações necessárias. Tendo isto em conta, Angra do Heroísmo pede aos participantes ajuda para “definir o novo sistema de transporte público do município para que seja mais atraente para a população e que consequentemente promova um aumento de 50% na sua utilização e reduza em 50% o número de veículos no centro da cidade.” Mas há uma condição obrigatória: o novo sistema tem de garantir a cobertura de uma rede intramunicipal, abrangendo as freguesias urbanas de São Mateus, Terra Chã, Posto Santo, São Pedro, Santa Luzia, Sé, Conceição, São Bento e Ribeirinha, e uma rede intermunicipal.

Depois de décadas a dar primazia ao carro, Braga quer inverter esta situação. Ao participar neste concurso, a cidade procura encontrar uma solução que permita actuar em vários níveis: mudar o comportamento dos motoristas; reduzir a velocidade dos veículos, compatibilizando seu uso com outras modalidades de mobilidade; potenciar a utilização de outras formas de mobilidade e a utilização de tecnologias de comunicação veículo a veículo, veículo a infraestrutura e infraestrutura inteligente; criar um sistema preditivo e preventivo de acidentes; e, em última análise, permitir uma tomada de decisão mais conectada e baseada em dados.

O Fundão, por seu lado, tem um “desafio” diferente. Num município com 700 km2, dividido em 23 freguesias, a baixa densidade verificada no Fundão leva a que, refere o município, “muitas das 61 localidades do concelho encontram-se a mais de 30 minutos da cidade, algumas até mais de 1 hora”. Este factor, aliado ao desmantelamento de muitas das linhas de transporte – por motivos económicos –, fez com que muitas pessoas ficassem sem acesso a transporte público e, com isso, sem acesso (ou com mais dificuldade de acesso) a todo um conjunto de serviços públicos e bens essenciais. Face a isto, o município procura uma solução de mobilidade, centrada no utilizador, que permita solucionar diversos problemas: optimizar e incentivar o uso do transporte público; racionalizar o uso de carros particulares / individuais; aumentar a utilização da mobilidade suave, nomeadamente andar a pé e de bicicleta; criar novos serviços de mobilidade flexíveis, ajustados às necessidades reais; promover sustentabilidade e inclusão; criar uma solução de gestão do transporte público com integração de informações das concessionárias; potenciar a criação de um DRT – Transporte Responsivo à Procura; fazer uma gestão de passeios e car pooling; assim como a gestão de estacionamentos; criar um ticket integrado; potenciar o aluguer de bicicletas; criar um sistema de pagamento e incentivos; criar um sistema de Backoffice; desenvolver uma App iOS, Android e site; Centro de atendimento; e Integração com sistemas LoRa.

O Get in the Ring é uma competição global, organizada pelo Unknown Group, e que acontece desde 2012, numa rede que pretende incluir cerca de 500 cidades. Para a edição deste ano, em particular para as cidades portuguesas, as propostas de soluções para a resolução dos desafios podem ser submetidas ao aqui