A Aliança Urbana da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN Urban Alliance, no original) está à procura de dez administrações locais que pretendam implementar uma nova metodologia para a monitorização do desempenho ecológico das suas cidades. As manifestações de interesse decorrem até 20 de Julho.
A nova metodologia assenta na ferramenta Urban Nature Indices (UNI), com o propósito de ajudar as cidades a compreenderem o seu impacto na natureza, fornecer dados de base científica para a definição de objectivos de melhoria e ajudar no acompanhamento do progresso feito. A UNI permite monitorizar o desempenho da cidade no que se refere ao impacto ecológico em três domínios – urbano, bioregional e global. Para isso, são tidos em conta 30 indicadores, divididos por seis temáticas principais (Consumo; Pressão humana; Habitat; Espécies; Contributo da natureza para as pessoas; Governança).
As cidades interessadas em fazer parte do grupo das dez pioneiras na implementação da UNI devem manifestar o seu interesse até 20 de Julho, contactando a equipa da IUCN. Os trabalhos arrancam logo em Agosto, sendo que os seleccionados vão receber formação e apoio técnico da entidade internacional, assim como publicidade no website da IUCN e um relatório de detalhado com recomendações de melhorias dos seus indicadores. Além disso, os resultados de desempenho de cada uma destas dez cidades serão publicados numa plataforma digital dedicada à ferramenta e que deverá ser lançada pela IUCN em Dezembro deste ano.
A UNI foi desenvolvida pela IUCN Urban Alliance e pelos seus parceiros, ao longo de dois anos, e financiada pelo fundo de solidariedade de Lisbet Rausing e Peter Baldwin, Arcadia. Na fase piloto, seis cidades de diferentes zonas do globo tiveram já a oportunidade de testar a metodologia: Curridabat (Costa Rica), Lagos (Nigéria), Cidade do México (México), Paris (França), Saanich (Canadá) e Singapura (Singapura).
A ferramenta foi apresentada ao público durante o Congresso Mundial da IUCN, que teve lugar em Marselha, França, em Setembro passado. Do encontro, saiu o Manifesto de Marselha, um compromisso conjunto de 30 entidades, incluindo governos locais, para, entre outras coisas, “expandir o acesso universal a espaços verdes de elevada qualidade e aumentar a biodiversidade urbana em 100 cidades, representando cerca de 100 milhões de cidadãos, até 2025 e avaliando o seu impacto de acordo com a UNI da IUCN”.